Os principais partidos políticos angolanos têm uma visão diferente dos 15 anos de paz que se assinalam na terça-feira, 4.
Enquanto o partido no poder o MPLA exalta o processo afirmando ser um exemplo em todo o mundo, a oposição diz que para além do “calar das armas” houve poucos avanços.
O MPLA considera que ao longo dos 15 anos “tem-se empenhado num processo de convivência democrática, promovendo a reinserção política, económica e social dos dirigentes e militares de todas as forças envolvidas na guerra" e "encetando um verdadeiro processo da sua consolidação e de reconciliação nacional".
Para o partido no poder, o êxito alcançado nesse processo “é reconhecido por todo o mundo e o caso de Angola é já um modelo e uma referência, que é seguido internacionalmente, uma condição que o MPLA continuará a evidenciar, a todo o momento, pois é uma via para desenvolver a cultura da paz e da estabilidade universal”.
Your browser doesn’t support HTML5
Alcides Sakala, deputado e porta-voz da UNITA, afirma que o país continua a enfrentar enormes desafios como a reconciliação nacional, a democratização do país, a descentralização e a construção de instituições para funcionamento do país”.
“Calaram-se as armas mas questões essenciais não foram ainda resolvidas”, conclui.
Por outro lado, o activista Nuno Álvaro Dala, é de opinião que o país “está longe de uma paz social estável”.
O activista reconheceu que houve “o calar das armas”, mas afirma que o país ainda regista “o assassinato de jornalistas, julgamentos políticos e um agravamento da situação social”.
“A paz é construída numa lógica dos vencedores, ou seja a maioria continua numa vida bastante dificil”, conclui Dala.