Um grupo de personalidades, activistas e a organização não governamental Friends of Angola (FoA) manifestou numa nota de imprensa a sua “solidariedade e total apoio” à antiga eurodeputada socialista Ana Gomes, que responde a um processo cível movido pela empresária angolana José Eduardo dos Santos.
“Talvez a nossa posição não seja relevante para a senhora Ana Gomes, em virtude da sua fibra emocional e ética, que não a permite abalar-se frente à luta pela verdade e justiça social. Mas temos a obrigação moral de estar ao lado dela por duas razões essenciais: sua longa luta por uma Angola democrática e seu exemplo de integridade”, lê-se na nota enviada na quinta-feira, 19, à imprensa.
Os subscritores acrescentam ainda “partilhar o consenso de que a origem da riqueza que a senhora Isabel dos Santos possui é resultante do favorecimento, fundado sob uma economia extractiva e desumana, da qual o pai foi arquitecto e a filha uma das principais beneficiárias” e “por estas e outras razões, Isabel tem de justificar a origem da riqueza que tem”.
Veja Também Isabel dos Santos satisfeita com processo no tribunal e Ana Gomes reitera acusaçõesEntre os vários subscritores, estão Elias Isaac (pastor evangélico), Florindo Chivucute (director da FoA), Domingos da Cruz (escritor e investigador) Rafael Morais (director da FoA- Angola). Fernando Macedo (professor universitário), Gonçalves Vieira (Jornalista), Observatório da Imprensa e da Comunicação, Bloco4 Foundation (Fundação), Alexandre Solombe (Jornalista), Gika Tetembwa (Activista) e Esperança Gonga (Psicóloga).
O caso
A antiga eurodeputada socialista por Portugal, Ana Gomes, responde desde o passado dia 17 num tribunal de Sintra a uma queixa cível de Isabel dos Santos por causa de acusações feitas à empresária de estar a usar Portugal para “lavar” dinheiro.
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A acção da filha do antigo Presidente angolano surgiu depois de, a 14 de Outubro, Gomes ter escrito no twitter que “Isabel dos Santos endivida-se muito porque, ao liquidar as dívidas, ‘lava’ que se farta! E (…) o Banco de Portugal não quer ver…”.
A antiga eurodeputada pelo Partido Socialista português, muito crítica do Governo de José Eduardo dos Santos, reagia a declarações de Isabel dos Santos à agência Lusa em Cabo Verde, nas quais disse que recorreu aos bancos para investir e, por isso, tinha muitas dívidas e não pelo facto de ser filho do antigo Presidente.
A empresária reagiu de pronto prometendo recorrer aos tribunais.
No processo, Santos pede que a ex-eurodeputada socialista apague seis tweets publicados em Outubro sobre “lavagem de dinheiro”.
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