A cidade de Pemba não será capaz de lidar com a chegada de milhares de deslocados, na sequência dos mortíferos ataques de insurgentes em Palma, disse à Reuters o chefe local da Cáritas.
Um barco com cerca de 1.200 sobreviventes de ataques a Palma chegou a Pemba, na quinta-feira, 1 de Abril. A cidade tinha já outras milhares de pessoas deslocadas da insurgência.
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Manuel Nota, que lidera a Caritas, instituição de caridade católica, levantou preocupações sobre o risco de aumento da criminalidade e exposição à COVID-19.
“Esta cidade foi preparada para acomodar um certo número de pessoas, mas agora temos muita gente. Por exemplo, agora no mercado tem muita gente”, que está exposta à Covid-19, disse Nota.
Ele advertiu que “por causa desse aumento do número de pessoas, a quantidade de crimes vai aumentar. Já tivemos essa situação antes, quando chegaram pessoas das ilhas (Quirimbas), fugindo de insurgentes”.
Veja Também Insegurança leva a Total a retirar todo o pessoal do projecto de gás em MoçambiqueNota disse que a Caritas busca apoio de parceiros para garantir o essencial aos deslocados acomodados num pavilhão desportivo, nesta fase e no futuro.
“Quando o centro fechar, teremos que continuar a distribuir alimentação para essas famílias deslocadas todos os meses, para reforçar o trabalho do PMA (Programa Mundial de Alimentação),” disse Nota. “Além dos deslocados, apoiamos as famílias anfitriãs, essas famílias também precisam de ajuda”.
Cerca de 90% dos que chegam a Pemba são acolhidos por familiares, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).