Em Cabo Verde, o 25 de Abril continua a ser uma data importante, com várias pessoas a considerarem que a chamada Revolução dos Cravos abriu o caminho para a proclamação da independência nacional 5 de Julho de 1975.
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Leitura diferente tem o combatente da liberdade da Pátria, antigo primeiro-ministro e ex-Presidente da República, o comandante de Brigada Pedro Pires considera que foi a vitória dos combatentes do PAIGC sobre o exército colonial, que impulsionou a revolução dos capitães de Abril, que, depois, permitiu, naturalmente, o reconhecimento dos movimentos de libertação e a autodeterminação das então colónias.
Para o negociador do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para a independência
de Cabo Verde, não é que a data não tenha significado hoje, mas em seu entender os factos devem ser bem explicados.
"O 25 de Abril é consequência da derrota dos militares portugueses, do colonialismo na Guiné, portanto não se trata de um movimento autónomo, todo o esforço para a independência do arquipélago nas negociações e no combate politico foi feito pelo PAICG e seus militantes e não por qualquer outro interveniente", assegura Pires.
Veja Também "25 de Abril nasceu na Guiné-Bissau", diz comandante Manecas dos SantosO também combatente da liberdade da pátria e antigo embaixador Luís Fonseca destaca a importância do triunfo na luta contra as forças coloniais no processo que impulsionou o 25 de Abril, data que para o ex-secretário executivo da CPLP deve ser valorizada.
"Tudo isso abriu as condições para que pudéssemos chegar a um acordo relativamente tranquilo com as autoridades portuguesas para a independência que era um dos propósitos da luta de libertação", aponta.
Por seu lado, o professor universitário Daniel dos Santos lembra que na ressaca da Revolução de Abril aconteceu uma grande movimentação de pessoas na ilha de Santiago em direção ao ex-campo de concentração do Tarrafal no dia 1 de Maio, quando foram libertados os presos políticos que ali se encontravam.
Carlos Gonçalves, jornalista, reconhece que o marco “foi relevante para Portugal e as antigas colónias”.