Em tempos de pré-campanha eleitoral em Angola, observadores reconhecem melhoria na cobertura por parte da imprensa pública.
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Entretanto, os partidos da oposição continuam a queixar-se do desequilíbrio na cobertura entre o MPLA.
A discussão não é nova.
A UNITA, o maior partido na oposição, diz não haver grandes alterações, com a jornalista e candidata a deputada pelo partido do galo negro Ana Margoso a falar numa operação de charme para enganar as pessoas porque o partido no poder continua a ser favorecido.
“O MPLA continua ser favorecido pela mídia pública em detrimento das demais forcas partidárias na oposição", acusa Margoso, no que é corroborado por Félix Miranda, também jornalista e candidato a deputado pela CASA-CE.
“Quase todos os dias João Lourenço aparece na imprensa em várias facetas, como ministro, como dirigente do MPLA, e em todas elas na qualidade de candidato, enquanto sobre os outros pouco ou nada se fala e quando aparecem são de forma caricaturada”, queixa-se Miranda.
O PRS queixa-se de sequer ter uma presença da imprensa público quando chamada aos seus actos, como diz o seu secretario para informação Naciso Lungassa.
"Aos outros partidos a imprensa ainda aparece para fazer a cobertura, mas nas nossas actividades, mesmo convidada, nem aparece”, acentua.
Para o MPLA, na visão de um dos seus candidatos a deputados, Fernando Daniel, as diferenças na cobertura entre os actos do seu partido e outros vão existir sempre e apresenta os seus argumentos.
"Tem que haver mesmo diferenças porque os actos protagonizados pelo meu partido e os da oposição são diferentes em termos noticiosos, o nosso candidato quando sai a rua presta primeiro conta ao povo do que fez e depois projecta o que pode melhorar por isso em termos métricos não pode haver igualdade de cobertura", explica.
Entretanto, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Candido entende que apesar de algumas vantagens mínimas num minuto aqui ou ali para o MPLA, tem havido alguma melhoria em termos de equilíbrio na cobertura por parte da imprensa pública.
“Houve sim algumas melhorias em termos de equilíbrio na cobertura por parte da imprensa pública, apesar de uma ligeira diferença de uns minutos a mais aqui e ali para o MPLA, mas grosso modo melhorou um pouco e é isso que a lei manda e isto faz com que a sociedade ganhe", conclui Cândido.