Analistas dizem que o facto de alguns partidos políticos moçambicanos extraparlamentares se juntarem à Renamo traduz o reconhecimento da força que o antigo movimento rebelde tem neste momento, como partido capaz de fazer uma oposição ao Governo da Frelimo.
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Estima-se em uma dezena o número de partidos que pretendem apoiar a Renamo nas próximas eleições, mas até ao momento, apenas os de Raúl Domingos e de Yaqub Sibindi anunciaram publicamente essa pretensão, esperando-se que os outros o façam em breve.
O analista Lucas Sitoi diz que "isto acontece numa altura em que o deputado da Assembleia da República pelo Movimento Democrático de Moçambique, Venâncio Mondlane, e António Frangulis, outro quadro sénior do MDM são dados como certos na Renamo".
"E ainda vamos ver outros quadros do MDM a fugirem para a Renamo", destaca.
A questão que se levanta é o que é que faz com que esses partidos e essas figuras se juntem à Renamo e que impacto é que isso pode ter nas próximas eleições.
Relativamente a Raúl Domingos, líder do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, o professor universitário Calton Cadeado diz tratar-se da continuidade de um processo negocial que já existia, mas que não estava aberto, que era a eventualidade dele voltar à Renamo.
Era uma negociação fechada que Afonso Dhlakama queria, mas tinha o receio de que Raúl Domingos fosse fazer sombra à sua figura.
Cadeado diz que "quer aqui em Moçambique, quer lá fora, Raúl Domingos era uma figura que estava a ser bastante projectada, pelo que me parece que isto é uma continuidade do processo negocial".
"Mas também isto pode ser uma clara indicação de que Raúl Domingos tem raízes muito fortes ainda conectadas com a própria Renamo", considerou aquele académico," acrescenta.
O analista Laurindos Macuácua lamenta "o facto de a oposição não ser capaz de aproveitar a circunstância de a Frelimo se encontrar muito fragilizada neste momento, apesar do forte activismo do Presidente Nyusi".