O Parlamento angolano "chumbou" nesta quinta-feira, 24. um requerimento da UNITA para uma análise da greve dos professores do ensino superior, durante a sessão plenária.
No seu pedido, o maior partido da oposição entendeu que a greve dos professores do ensino superior prejudica a qualidade da formação de quadros e que, por esta razão, a questão deveria ser analisada pelo Parlamento.
Mas a Assembleia Nacional não entendeu assim e, na votação, o requerimento obteve 118 votos contra, 38 favoráveis e nenhuma abstenção.
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Enquanto isso, o Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) fez saber que continua a aguardar pela resposta do Presidente da República sobre as reivindicações da classe e que estão na origem da greve , por tempo indeterminado, declarada há quase dois meses.
Em conversa com a VOA, o sindicalista e académico Carlinhos Zassala adverte que o ano lectivo nas universidades públicas pode ser anulado em função do não cumprimento do calendário académico e atribui toda a responsabilidade ao Executivo angolano.
“Como os outros são apenas auxiliares nós estamos a aguardar pelo pronunciamento do Chefe do Excutivo”, diz.
No sábado, 19, na província do Uíge, os estudantes angolanos pediram a demissão da ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, na marcha organizada pelo Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), que exigiu o regresso às aulas paralisadas devido à greve dos professores.
Os docentes universitários observam, desde 3 de Janeiro, uma greve por tempo indeterminado, devido a um alegado incumprimento do caderno reivindicativo submetido ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.
Entre reclamações, os professores do ensino superior exigem a promoção nas carreiras e um salário equivalente a cinco mil dólares americanos.