O ministro angolano do Interior Ângelo Veiga Tavares disse na abertura do II Conselho Metodológico da Direcção Geral dos Serviços Penitenciários que que o seu Ministério está ser vitima de calúna e difamação nas redes sociais.
Esta declaração surge após a divulgação nas redes sociais de fotos sobre o mau estado de saúde de reclusos nas cadeias de Luanda e relatos de mortes de supostos criminosos alegadamente por efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), bem como o envolvimento sexual de responsáveis dos serviços penitenciários com reclusas, na província do Kuanza Sul.
O papel das redes sociais no mundo mas também em Angola provoca debates a diversos níveis.
A declaração de Ângelo Veiga Tavares levanta, uma vez mais, o debate sobre a importância e o papel das redes sociais, havendo posições bem díspares.
No entanto, esta é uma realidade que todos confrontam neste momento.
O sociólogo Paulo de Carvalho considera que as redes sociais têm muitos pontos positivos e negativos.
Entre os positivos, ele destaca o acesso directo à informação e a rapidez de notícias, facto que conforma uma autêntica revolução.
Do lado negativo, entretanto, o também professor universitário lembra por exemplo, a facilidade com que se pode denegrir a imagem das pessoas porque “não há controlo, cada um escreve o que quer e as pessoas com menos escrúpulos aproveitam-se”.
No entanto, o jurista José Francisco Lumango acredita que os cidadãos recorrem a denúncias públicas nas redes sociais por não confiarem nas instituições do país.
“Não estão preocupadas se a policia vai agir ou não, mas usam as redes sociais para pressionarem” disse Lumango.
De recordar que vários crimes em Luanda foram disvendados com a contribuição das redes sociais.