Papa Francisco pede aos moçambicanos que não percam "a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz"

  • VOA Português

Papa Francisco, Vaticano, 3 novembro 2024

O Papa Francisco referiu-se à situação em Moçambique e exortou os seus cidadãos a não perderem a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz.

"As notícias que chegam de Moçambique são preocupantes. Convido a todos ao diálogo, à tolerância e à busca incansável por soluções justas. Rezemos por toda a população moçambicana, para que a situação atual não faça perder a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz", disse o líder da Igreja Católica na sua mensagem Angelus proferida neste domingo, 10, no Vaticano.

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Na ocasião, Francisco citou também e rezou pelas vítimas das catástrofes naturais na Indonésia e na Espanha.

A mensagem do Papa surge quando Moçambique vive um momento de grande tensão pós-eleitoral com confrontos diários entre a polícia e manifestantes que continuam a pedir a reposição do voto popular por considerarem que a Frelimo, partido no poder, não ganhou as eleições presidenciais e legislativas de 9 de outubro, como anunciou a Comissão Nacional de Eleições.

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Na sexta-feira, 8 de novembro, os Bispos Católicos da África do Sul, Botswana e Eswatini (SACBC) enviaram uma carta aos membros da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) a expressarem "solidariedade e orações com o povo de Deus" na sequência da agitação pós-eleitoral.

Dias antes, o porta-voz da CEM, lançou um veemente apelo à paz, tolerância e respeito à vida a todos os compatriotas.

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“Neste momento de tensão, quando muitos se preparam para manifestar suas preocupações, como pastores sentimos a urgência de nos dirigir a cada um de vós com um apelo à paz, tolerância e respeito à vida", disse em vídeo o arcebispo de Maputo dom João Carlos Hatoa Nunes.

Aniversário com muita destruição

Neste domingo, a capital Maputo celebrou os 137 anos da sua elevação à categoria de cidade em meio à onda de manifestações que marcaram a semana.

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Apesar de o clima ter sido calmo neste final de semana, o edil Rasaque Manhique disse que pelo menos seis viaturas particulares e dois tratores ficaram "totalmente destruídos", 15 postos de semáforos foram vandalizados, bem como várias paragens, durante os mais recentes protestos

Manhique descreveu o cenário como um retrocesso no desenvolvimento.

"A destruição de infraestruturas essenciais afeta o dia o dia dos nossos cidadãos, prejudica o funcionamento da cidade e representa um retrocesso nos esforços de desenvolvimento que temos implementado com tanto empenho e esforço", concluiu o presidente da municipalidade da capital moçambicana.