No dia em que assinala o 62o. aniversário de "ter recebido uma chamada de Deus para o ministério", o papa Francisco celebrou uma missa no leste de Cuba, no último dia cheio da sua visita à ilha, onde ele foi elogiado por ajudar na reaproximação entre o Governo cubano e os Estados Unidos.
Dois outros papas já haviam visitado Cuba, mas Francisco foi o primeiro a visitar Holguin, um dos baluartes do catolicismo na ilha.
Ele celebrou uma missa para dezenas de milhares de pessoas sob forte calor antes de ir para Santiago de Cuba, cidade onde a rebelião liderada por Fidel começou em 1953 e perto de um santuário para a padroeira nacional, a Virgem da Caridade do Cobre.
A 21 de Setembro de 1953, então com 17 anos, ia encontrar-se com amigos num piquenique que assinalava o início da primavera no hemisfério Sul quando o jovem Jorge Mario Bergoglio sentiu uma necessidade urgente de entrar uma igreja pela qual passou em frente em Buenos Aires.
Foi lá que ele disse ter sentido um estranho impulso.
"Não posso dizer o que foi, mas mudou a minha vida", disse ele a seu biógrafo.
Na missa realizada hoje, o papa Francisco elogiou os "esforços" e os "sacrifícios" da Igreja Católica na sociedade cubana, que disse estar em transição.
"Sei qual é o preço e sei quais são os sacrifícios da Igreja em Cuba para levar, mesmo aos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo", disse na missa na cidade de Holguín.
Francisco mencionou em particular "as casas das missões", que "perante a falta de lugares de culto e de padres, permitem que numerosas pessoas tenham um espaço de oração, de catequese e de vida de comunidade" católica.
O papa definiu o comportamento do católico na sociedade como o de uma pessoa que "não vive na dependência do outro".
A nível oficial, são apenas 10 por cento os católicos no país comunista, mas todos os indicadores apontam para uma percentagem maior.
Refira-se que, pela primeira vez desde 1959, o Governo cubano autorizou agora a construção de três igrejas católicas.