O Papa Francisco chamou a atenção dos líderes mundiais sobre as ameaças de uma guerra nuclear e classificou de repugnante, criminosa e pecaminosa a exclusão dos migrantes.
"Por que não aprender com a história", questionou o Papa na sua mensagem durante a oração do Angelus na Praça de São Pedro, em Roma, neste domingo, 9, em referência à crise dos mísseis em Cuba, que envolveu Estados Unidos e União Soviética, no início da década de 1960.
"Também naquela época havia conflitos e grandes tensões, mas foi escolhido o caminho pacífico", destacou o líder da Igreja Católica, numa altura em que aumenta a tensão entre a Rússia e os países ocidentes, ante uma velada ameaça feita pelo Presidente Vladimir Putin de que todo o seu arsenal militar pode ser usado para defender “interesses a Rússia” na guerra contra a Ucrânia.
Veja Também Mísseis russos matam 17 pessoas e deixam pelo menos 40 feridos em ZaporizhzhiaAo falar no no acto de canonização, de Giovanni Battista Scalabrini, que fundou duas congregações que se ocupavam dos migrantes, e de Artémides Zatti, emigrante italiano na Argentina, o Papa Francisco referiu-se mais uma vez à situação de exlusão dos migrantes.
"A exclusão dos migrantes é criminosa, fá-los morrer à nossa frente, e é por isso que chamamos ao Mediterrâneo o maior cemitério do mundo" afirmou Francisco, que citou Scalabrini quem, segundo ele, “olhou para além, olhou para o futuro, para um mundo e uma Igreja sem barreiras, sem estrangeiros".
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O Papa disse ser “criminoso" não abrir as portas aos migrantes, mas, em vez disso, "os excluímos e os enviamos para os campos de reclusão, onde são explorados e vendidos como escravos".
Por outro lado, lembrou haver “uma migração hoje na Europa que nos faz sofrer e nos leva a abrir os nossos corações, que é a dos ucranianos que fogem da guerra", e pediu que "a Ucrânia martirizada não seja esquecida".