As autoridades angolanas refutaram sábado último, 13, que oito palancas negras gigantes tinham sido mortas em armadilhas por caçadores furtivos na reserva Natural e Integral do Luando e no Parque Nacional de Cangandala.
Num comunicado, publicado pela TPA, o Instituto Nacional de Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), confirma a morte de cinco exemplares por velhice e outras causas não especificadas.
Mas, o chefe de fiscalização do referido instituto aceitou, quinta-feira, 11, que os animais “estão abatidos com armadilhas por que, geralmente quando caem na armadilha andam uma longa distância e daí morrem, neste momento as palancas estão em risco, com o parque todo vedado facilita o trabalho de fiscalização”, disse.
Nos últimos três meses os fiscais detiveram 12 armas de fogo de vários calibres em acções de patrulhamento.
Cerca de 200 de Hippotragus niger variani (ou palancas negras) foram catalogados até 10 de Agosto em Angola, referiu o coordenador do projecto da preservação desta espécie de antílope, engenheiro Pedro Vaz Pinto.
Vaz Pinto que encabeçou a campanha de marcação de palancas cm coleiras entre os dias 27 de Julho e 10 de Agosto nas referidas áreas protegidas reconheceu que as mesmas estão em risco de extinção apesar de a procriação seguir o seu ritmo normal.
“Na Cangandala tem entre 40 e 50, é difícil dar um número certo, elas também estão a se reproduzir nesta altura, estão a nascer crias, estão andar a volta de três manadas e cerca 45 animais, mais ou menos”, admitiu, acrescentado que “a reserva do Luando tem próximo de 200 animais, 170/ 180 mais ou menos”.
O engenheiro Pedro Vaz Pinto da Fundação Kissama e coordenador do projecto da preservação da palanca negra gigante, referiu que “houve alguma melhoria nos últimos dois anos, mas também as ameaças continuam, portanto, é um trabalho que temos que continuar. O risco de extinção é um risco muito presente sempre, a palanca, qualquer animal em qualquer parte do mundo que esteja reduzida em menos de 500 é um animal que está em risco crítico de extinção".
“Está quase em extinção, a palanca está nesta situação, portanto, nós não podemos nunca esquecer que a situação é muito sensível, independentemente de haver melhorias, isso é bom, devemos registá-los e devemos reforçar o efectivo porque o risco está lá”, confirmou.
O governador Norberto Fernandes dos Santos, que visitou as zonas de preservação do antílope, quer medidas duras para sancionar todos os que continuam a violar as leis de protecção da fauna e flora angolanas.
“Temos que falar com o Ministério do Ambiente no sentido de se criar aqui o conselho de direcção deste parque”, referiu acrescentando que o esse conselho de direcção deveria ser para todos os parques.
O governante sugeriu a elaboração de um projecto mais abrangente que procure rever todas acções em curso e melhorar o trabalho dos fiscais.
O Parque Nacional de Cangandala ocupa uma área de 630 quilómetros quadrados, tem défice de fiscais e os poucos existentes queixam-se de sofrer ataques de caçadores furtivos.