O PAIGC realiza a partir desta quinta-feira, 22, uma convenção numa altura em que o partido enfrenta uma crise interna, com reflexo na governação da Guiné-Bissau.
A situação interna do partido marcada pela expulsão e suspensão de alguns dos seus dirigentes e militantes e a crise política, que opõe o próprio PAIGC ao Presidente da República preenchem a agenda da reunião, na qual não participam nem José Mário Vaz nem os deputados expulsos.
Analistas defendem que apesar de não ser um evento deliberativo, terá algum peso na dinâmica interna do PAIGC, podendo reforçar a liderança de Domingos Simões Pereira.
“As convenções são feitas para reduzir a carga do próximo congresso e é o que o PAIGC está a fazer: preparar o próximo congresso para que não seja uma reunião em que a situação possa tomar rumos não desejáveis, tanto assim que é legítimo que a actual liderança se prepare para sair vitoriosa no congresso e preparar o partido para as eleições”, diz o jurista Suleimane Cassamá.
A reunião acontece numa altura em que muitos dirigentes foram expulsos do partido, o que para alguns observadores vai ter resultados políticos da convenção.
Cassama, entretanto, tem opinião contrária porque, segundo ele, “os dirigentes expulsos já não são militantes do PAIGC”.
Por seu lado, na leitura do analista político Augusto Nhaga “a convenção devia ser mais um expediente para aproximar as partes e não um instrumento de confirmação de expulsão dos outros”.
Neste contexto, Nhaga considera que a convenção “não vai trazer nada de novo, se não, a confirmação da disputa interna dentro do partido”.
A convenção termina no sábado, 24.