O PAIGC mantém a decisão de suspender e expulsar alguns dos seus dirigentes e recomenda que o presidente do partido tenha mais poderes de decisão.
Estas são algumas das conclusões da primeira Convenção Nacional do partido que se realizou neste fim-de-semana, mas que, segundo alguns observadores, pode não ter conseguido unir o PAIGC.
O analista João Alberto Djata é de opinião que a convenção teria impacto positivo no actual cenário político se a sensibilidade desavinda com a direção do partido estivesse presente:
“As alas que estiveram na convenção são as mesmas que suportam a actual direcção. Seria bom que as outras que não se revêm na direção estivessem presentes para que o problema fundamental do PAIGC fosse abordado”, defendeu Djata.
Por seu lado, o jornalista e professor universitário António Nhaga apresenta o ângulo positivo desta convenção, particularizando a visão estratégica do presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira:
“Fala-se muito que o engenheiro Domingos Simões Pereira quer agora monopolizar o partido e que não haverá uma voz da oposição interna, mas acho que não, o tempo dirá. O que ele quer é dar uma cultura organizacional, pois uma sociedade política sem uma cultura organizacional não funcional nos tempos modernos”, explicou Nhaga que insistiu na necessidade de uma melhor organização dos partidos políticos para se acabar com as crises internas.
“Se não o traírem, se apoiarem a visão dele, haverá um partido organizado”, sublinhou Nhaga.
Contudo, João Alberto Djata reitera que a convenção “seria uma oportunidade para o PAIGC resolver os seus problemas, mas pelo contrário, como foi feita a convenção então vai simplesmente, aprofundar a crise”.
Esta foi a primeira convenção do partido em 60 anos de existência.