O primeiro-ministro moçambicano reconhece que o seu Governo não tem dinheiro suficiente para responder ao drama humanitário dos deslocados resultante do terrorismo na província de Cabo Delgado.
“Os recursos nunca chegam, nós estamos preparados para a época chuvosa, agora esta situação está a necessitar de apoios adicionais”, afirmou Adriano Maleiane, à saída do Parlamento na quinta-feira, 22. O primeiro-ministro prometeu que o assunto será levado à reunião do Conselho de Ministros que se realiza na próxima terça-feira, 27.
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Maleiane lamentou o recrudescimento dos ataques e a fuga das populações e destacou que esta é "uma crise que está a provocar fome e falta de bens diversos de primeira necessidade".
Em recentes declarações à Voz da América, o Director Nacional Adjunto do Programa Mundial para a Alimentação (PMA) em Moçambique, Maurício Burtet, alertou para o facto de se não existirem novos desembolsos financeiros, a partir de Maio já não será possível continuar com a assistência humanitária, nos moldes em que se realiza.
Falta dinheiro para alimentar todos os deslocados, as vítimas de terrorismo, na província moçambicana de Cabo Delgado.
Veja Também Moçambique: Insurgentes promovem "noite de terror" em Chiúre e centenas de pessoas fogem para NampulaPara continuar as atividades humanitárias e de desenvolvimento nos próximos seis meses, o PMA precisa de 76 milhões de dólares americanos e de um total de 148 milhões de dólares para prestar ajuda o ano todo.
A província de Cabo Delgado está a ser fustigada por ataques terroristas desde outubro de 2017.
O conflito já provocou mais de um milhão de deslocados e os dados estatísticos disponíveis indicam que foram mortas cerca de quatro mil pessoas.