A nova vaga de deslocados, provocada pelos novos ataques de insurgentes nas últimas quatro semanas, ascende a quase 100 mil de acordo com o boletim da Organização Internacional das Migrações (OIM) divulgado nesta terça-feira, 5.
Entre 8 de fevereiro e 3 de março, 99.313 foram obrigados a abandonarem as suas zonas de residência, de acordo com registos daquela agência da ONU que, na semana passada, apontava para pouco mais de 57 mil deslocados.
Esta nova onda tem por origem os distritos de Chiúre e Macomia, que foram alvo de ataques pelos insurgentes.
"Os ataques e o receio de ataques por parte de grupos armados", descreve a OIM, verificou-se sobretudo em Ocua, Mazeze e Chiùre-Velho, no distrito de Chiùre, com os deslocados a fugirem para a vila de Chiùre (28.754) ou para Erati, na vizinha província de Nampula (45.957).
A agência acrescenta que 62% desses novos deslocados são crianças (61.492) e que 20.668 famílias fugiram por barco, autocarro ou a pé.
O Governo continua a dizer que a situação está controlada e que esses ataques são provocados por pequenas bolsas de insurgentes que fogem da atuação das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, das forças da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a SAMIM, e do Ruanda que se encontram em Cabo Delgado para combater os insurgentes que aterrorizam a província desde outubro de 2017.
Veja Também Falta dinheiro para alimentar deslocados do terrorismo em Cabo DelgadoNa semana passada, o primeiro-ministro Adriano Maleiane reconheceu que o Governo não tem recursos para enfrentar esta nova vaga e que vai pedir ajuda.
Vários organizações de ajuda humanitário têm feito pedidos para satisfazer as necessidades que não param de aumentar.