Organização Internacional das Migrações aponta para 100 mil novos deslocados em menos de um mês

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Deslocados devido à insurgência em Ancuabe, Cabo Delgado, Moçambique

Agência da ONU diz que 68 por cento dos novos deslocados são crianças

A nova vaga de deslocados, provocada pelos novos ataques de insurgentes nas últimas quatro semanas, ascende a quase 100 mil de acordo com o boletim da Organização Internacional das Migrações (OIM) divulgado nesta terça-feira, 5.

Entre 8 de fevereiro e 3 de março, 99.313 foram obrigados a abandonarem as suas zonas de residência, de acordo com registos daquela agência da ONU que, na semana passada, apontava para pouco mais de 57 mil deslocados.

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Esta nova onda tem por origem os distritos de Chiúre e Macomia, que foram alvo de ataques pelos insurgentes.

"Os ataques e o receio de ataques por parte de grupos armados", descreve a OIM, verificou-se sobretudo em Ocua, Mazeze e Chiùre-Velho, no distrito de Chiùre, com os deslocados a fugirem para a vila de Chiùre (28.754) ou para Erati, na vizinha província de Nampula (45.957).

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A agência acrescenta que 62% desses novos deslocados são crianças (61.492) e que 20.668 famílias fugiram por barco, autocarro ou a pé.

O Governo continua a dizer que a situação está controlada e que esses ataques são provocados por pequenas bolsas de insurgentes que fogem da atuação das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, das forças da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a SAMIM, e do Ruanda que se encontram em Cabo Delgado para combater os insurgentes que aterrorizam a província desde outubro de 2017.

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Na semana passada, o primeiro-ministro Adriano Maleiane reconheceu que o Governo não tem recursos para enfrentar esta nova vaga e que vai pedir ajuda.

Vários organizações de ajuda humanitário têm feito pedidos para satisfazer as necessidades que não param de aumentar.