Organização dos Trabalhadores Moçambicanos promete medidas reactivas a ataques na África do Sul

Fronteira entre Moçambique e África do Sul

Num discurso feito com recados para o Executivo, o secretário da OTM afirmou que "o Governo de Moçambique tem que fazer a sua parte para proteger cada moçambicano, onde quer que esteja".

O movimento sindical moçambicano diz estar preocupado com a prevalência de focos de ataques contra viaturas de matrículas do país na vizinha África do Sul e alerta que, caso a situação continue, poderá mobilizar os trabalhadores para medidas reactivas.

O alerta foi dado pelo secretário geral da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos- Central Sindical (OTM), que afirma ser a hora de dar um basta à situação.

“Nós, como movimento sindical, reservamo-nos o direito de mobilizar os trabalhadores para inviabilizar o curso da EN4 (principal via que liga Moçambique a África do Sul) onde demandam, diariamente, centenas de camiões deles para os nossos portos. Porque somos um movimento sindical sério e não violento, não vamos queimar camiões de ninguém, mas podemos mobilizar outros mecanismos sindicais para inviabilizar o uso dos nossos serviços”, afirmou Alexandre Munguambe, secretário da OTM.

Num discurso feito com recados para o Executivo, Munguambe afirmou que " Governo de Moçambique tem que fazer a sua parte para proteger cada moçambicano, onde quer que esteja".

Por seu lado, o Governo apela à calma e salienta que está a trabalhar com as autoridades de Pretória, para que a situação seja definitivamente resolvida.

“Há negociações ao nível dos governos moçambicano e sul-africano, por isso queria pedia a calma dos nossos concidadãos e deixemos que esta matéria seja tratada ao nível do Governo”, disse na quinta-feira, 9, a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Margarida Talapa, durante um encontro tripartido entre o Governo, sindicatos e empregadores.

Analistas políticos consideram exagerada a ameaça dos sindicalistas, mas apelam para Maputo e Pretória trabalhem para garantir que a situação nunca mais volte a acontecer.

“Já houve dois encontros entre representantes dos governos de Moçambique e África do Sul, mas parece ter havido poucos resultados, o facto é que, aparentemente, o Governo sul-africano está a fazer muito pouco para acabar com esta confusão”, considerou o jornalista Alexandre Chiúri.