Os jornalistas angolanos continuam a ser confrontados com ordens de proibição de filmar ou fotografar edifícios e locais públicos sob pena de confisco dos instrumentos de trabalho, agressão e até mesmo detenção, em caso de insistência.
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Essas atitudes ainda a fazem lei no país e, segundo analistas, são sempre justificadas com as chamadas "ordens superiores” que nunca são legalmente sustentadas.
Para o jornalista e investigador Fernando Guelengue, fazer imagens a uma instituição pública não constitui crime, "mas um direito que cada cidadão tem num estado de Direito".
Guelengue considera, entretanto, que em Angola “as barreiras que se colocam ao direito de informar e de denunciar são devidamente orientadas”.
“É excesso de zelo”, considera, entretanto, o porta-voz do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.
António de Sousa defende que, nestes casos, os profissionais “devem contactar a área de comunicação e imagem para contornar a situação”.
“Os guardas não dominam isso”, sustenta.
Na semana passada dois colaboradores da VOA foram impedidos de fotografar edifícios públicos e viram os seus equipamentos confiscados em Luanda.
Israel Campos teve o telefone apreendido pelos guardas mas, depois da intervenção do secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, junto do director do Hospital Geral de Luanda, recebeu de volta o equipamento.
Ludmila Rangel passou por uma situação semelhante, quando tentava fotografar um hospital, tendo o seu telefone sido confiscado e quebrado.