Oposição guineense recusa diálogo mediado pelo PR

Baciro Djá, líder da API - Cabas Garandi (esq), e Domingos Simões Pereira, líder da PAI - Terra Ranka (dir). (Foto de Arquivo)

Coligações que reúnem os principais partidos do país defendem mediação da CEDEAO

As coligações Plataforma da Aliança Inclusiva-Terra Ranka (PAI-TR) e a Aliança Patriótica Inclusiva - Cabaz Garandi anunciaram na quarta-feira, 5, que não vão se engajar em qualquer processo de diálogo promovido pelo Presidente da República, fora do quadro da mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

“A iniciativa da CEDEAO em promover um roteiro consensual para a realização de eleições inclusivas e pacíficas em 2025, num prazo de 90 dias, nos termos da lei, é um passo fundamental para restaurar a ordem democrática”, disseram aquelas coligações numa carta enviada ao presidente da comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray.

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Os principais partidos do país reunidos naquelas organizações acrescentaram que o “prolongamento inconstitucional” do mandato presidencial e a dissolução do Parlamento “agravaram significativamente a crise política e institucional na Guiné-Bissau”.

As coligações reafirmaram que “a resistência do regime a este processo evidencia a sua intenção de se perpetuar no poder a qualquer custo, em clara violação dos princípios democráticos e dos direitos fundamentais dos cidadãos”.

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Na segunda-feira, 3, o Presidente da República disse ter expulso a missão da CEDEAO por ter alterado os seus objetivos, confirmando o que tinha informado a missão da CEDEAO em comunicado ao deixar o país.

"Não voltará cá nunca mais, este país tem regras”, afirmou Umaro Sissoco Embaló, reiterando que a Guiné-Bissau “não é uma república das bananas".

A missão da CEDEAO deve emitir um comunicado com o resultado da sua missão.