O discurso sobre o estado da Nação proferido pelo Presidente angolano João Lourenço, na abertura do ano parlamentar nesta quinta-feira, 15, na Assembleia Nacional, foi recebido de forma diferente pelos partidos políticos.
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O presidente do PRS, Benedito Daniel, lamentou o facto de não ter sido anunciada uma data para a realização das autarquias, optando Lourenço “por fazer um balanço”.
Manuel Fernandes, deputado da CASA-CE, disse que foi um relatório global sobre vários sectores da vida do país, mas “a nossa espectativa era sobre a data provável para a realização das aurtárquicas”.
Do lado do principal partido da oposição, a vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, “Navita Ngolo”, afirmou que os angolanos precisam de soluções.
“O cidadão quer água, o cidadão quer comer, nós estamos aqui para mostrar o cartão vermelho para dizer basta da subalternização aos órgãos de soberania, basta de mortes e basta a fome em todo país”, sublinhou a parlamentar.
Leitura diferente tem o terceiro vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA, João Pinto, para quem o discurso de João Lourenço foi realista e cheio de “suco”.
“O discurso tem muito suco, tem muita mensagem positiva, bem como a imagem de Angola que melhora todos os dias, o Presidente também reconheceu que as obras estão paradas por causa da covid-19 e em relação às autarquias vão-se realizar tão logo se conclua o processo legistalativo”, afirmou Pinto.
No seu discurso, João Lourenço reconheceu que o Estado pode ter sido lesado em valores superiores aos 24 mil milhões de dólares por ele anunciados porque devem surgir "números bem maiores" à medida que a justiça fizer o seu trabalho.
Ele destacou também as realizações do seu Governo, o combate à pandemia e considerou que seria uma irresponsabilidade realizar as eleições autárquicas em plena pandemia.
Lourenço voltou a defender a luta contra a corrupção e destacou a aprovação de diplomas fundamentais e os vários processos crime e cíveis em curso, alguns deles já transitados em julgado.