Oposição critica Biden por ignorar "a voz da maioria dos angolanos" e ficar amarrado à "agenda do MPLA"

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Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, cumprimento João Lourenço, Presidente de Angola, no Palácio Presidencial, Lunada, 3 dezembro 2024

Casa Branca diz que delegação do Presidente vai encontrar-se com a sociedade civil e que sempre que há questões sobre democracia Joe Biden não se escusa a responder

A UNITA e o Bloco Democrático (BD), ambos na oposição, disseram estar desapontados com o facto de o Presidente dos Estados Unidos não se ter reunido com a Assembleia Nacional e os partidos políticos e optado por aceitar a “agenda”do Presidente João Lourenço e do MPLA.

Antes da viagem, aqueles partidos pediram à Casa Branca oficialmente um encontro com Joe Biden, mas tal não foi concedido, segundo disseram à Voz da América o deputado da UNITA, Paulo Faria, e o presidente do BD, Filomeno Vieira Lopes.

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"Não ouvir as principais forças políticas do país, é ignorar a voz da maioria dos angolanos”, Paulo Faria

Para Paulo Faria, na primeira visita de um “Presidente americano ao nosso país, não ouvir as principais forças políticas do país é basicamente ignorar aquilo que é a voz da maioria dos angolanos”.

"A voz do MPLA"

Aquele parlamentar fala numa “agenda imposta” e diz que Biden vai ouvir “a voz do MPLA”.

“Ele devia ouvir a oposição, principalmente o maior partido da oposição” e não “quem capturou Angola”, na ótica de Faria, para quem este facto significa que que Biden “não está interessado numa Angola democrática, onde prevaleça o Estado democrático e de Direito, o respeito efetivo pelos direitos humanos e um poder judicial independente”.

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"Não foi bom estar aqui e não ter contactos mais amplos com a república", Filomeno Vieira Lopes

Por seu lado, o presidente do BD, que lamenta que Biden não tenha aceite o encontro com a oposição, afirma que “essas visitas devem ser abrangentes, plurais e não meramente uma visita do Governo para Governo porque o escopo da visita fala de relações entre Estados e ou entre povos e, portanto, pensamos que não foi bom estar aqui e não ter contactos mais amplos com a república, com a sociedade civil e também com os partidos políticos na oposição”.

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Filomeno Vieira Lopes aponta que Angola “tem muitos problemas, inclusive há problemas relacionados com a democratização do país, as relações económicas, quando não são assentes em valores, podem criar problemas de futuro que nós gostaríamos de evitar de modo que Angola não esteja sempre debaixo das guerras frias que se vão observando, mas que possa ter relações com os Estados Unidos da América e com outros países, numa perspetiva, digamos, de paridade e por forma que ambos os povos possam beneficiar”.

Resposta da Casa Branca

Aquele líder partidário acrescenta ter uma “leitura do país” e pensa que “todas as relações que se fazem com Angola devem ter em contra a pluralidade de opiniões para que as relações possam ser bem conduzidas”.

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No encontro virtual diário com a imprensa, questionado sobre o facto de Biden não se ter reunido com a sociedade civis e os partidos políticos, uma alto funcionário da Casa Branca afirmou que "a delegação do Presidente já se reuniu com a sociedade civil e com os dirigentes juvenis, sabemos também que a sociedade civil não é monolítica, por isso recebe muitas vozes".

A mesma fonte acrescentou que "o Presidente se reunirá com outros representantes da sociedade civil. Portanto, surgindo questões de democracia e governação e são certamente algo sobre o qual eu diria que o nosso Presidente não perderá a oportunidade de falar".

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Biden diz que futuro do mundo está em África

Representantes de partidos políticos, nomeadamente da UNITA e do BD, bem como da sociedade civil e muitas personalidades estiverem no Museu Nacional da Escravatura, em Luanda, nesta terça-feira, 3, onde o Presidente Joe Biden falou sobre as relações entre Estados Unidos e Angola.

O Presidente dos Estados Unidos chegou na segunda-feira, 2, a Angola e nesta quarta-feira, 4, estará em Benguela onde participará numa cimeira com os seus homólogos de Angola, Tanzânia e Zâmbia.