Oposição adverte Presidente para não nomear Domingos Simões Pereira como primeiro-ministro

PRS e MAIDEM-G15 manifestaram-se em Bissau contra impasse no Parlamento

O PRS e o MADEM-G15, as duas forças politicas na oposição na Guiné-Bissau, saíram nesta quinta-feira, 6, às ruas da capital, numa manifestação para exigir a resolução daquilo que qualificam de “impasse” no Parlamento.

Os manifestantes percorreram a avenida principal de Bissau, tendo o acto culminado, com um comício ao largo da Câmara Municipal de Bissau.

O PRS reclama o cargo de primeiro secretário da Mesa do Parlamento, enquanto o MADEM-G15 exige que o seu coordenador, Braima Camará, assuma o caro de segundo vice-presidente, cujo nome foi chumbado pela maioria de voto dos deputados.

Os dois partidos defendem que não pode haver um novo Governo enquanto não for superada a divergência na composição da mesa do Parlamento, argumento assumido pelo Presidente da República, José Mário Vaz, que, quase três meses após as eleições de 10 de Março, condiciona a indicação de um primeiro-ministro à solução do impasse na Assembleia Nacional Popular, apesar das pressões da Comunidade Internacional.

“Encorajamos o Presidente da República a não ceder, em nenhum momento, às chantagens com vista a nomear Domingos Simões Pereira, ao cargo do primeiro-ministro”, advertiu Luís Oliveira Sanca, vice-líder do MADEM-G15.

Por seu lado, Jorge Malú, do PRS, acrescentou que as revindicações de hoje confirmam que as duas formações políticas estão ao lado da razão.

“Estamos a revindicar a nossa razão, na base do civismo, da justiça e da democracia”, sublinhou.

Enquanto isso, organizações femininas dos partidos da maioria parlamentar, nomeadamente PAIGC, APU-PDGB, União para Mudança e o Partino Nova Democracia, promoveram também hoje uma vigília no centro da cidade de Bissau para exigir, do Presidente, José Mário Vaz, a nomeação de um novo primeiro-ministro e consequente formação do Governo.

Uma exigência que será motivo da quarta manifestação da juventude destes mesmos partidos, agendada para amanhã, 7.

Em paralelo com as manifestações politicas, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné, principal central sindical guineense, promoveu tambémuma marcha pacifica para revindicar a melhoria da vida dos funcionários públicos, na quarta vaga de greve geral na Função Pública.