O cenário político na Guiné-Bissau continua a ser marcado por fortes disputas entre os principais protagonistas da actual crise. Enquanto paira incerteza sobre futuras decisões do Presidente da República quanto ao futuro do actual Governo, a oposição guineense intensifica as suas acções de rua.
No seguimento dos comícios promovidos, nas últimas semanas, em Bissau, o colectivo dos partidos democráticos da Guiné-Bissau voltou responsabilizar o Presidente da República e o Governo pelas consequências que poderão advir da actual situação.
Nuno Gomes Nabian, do partido APU-PDGB, antigo candidato presidencial e um dos integrantes da plataforma da oposição, deixou entender haver algum plano do ministro do Interior, Botche Candé, junto aos rebeldes de Casamance, para perturbar as próximas manifestações.
“Esta é a segunda vez que chamo a atenção para que não sirva os interesses do Presidente da Republica contra o povo da Guiné-Bissau. Ora, se o fizer, assumirá as consequências juntamente com o próprio Jomav”, alertou Nabiam.
No passado dia 8 de Novembro, o colectivo dos partidos políticos democráticos enviou uma carta aberta ao Presidente da Republica exigindo o cumprimento da lei e do Acordo de Conacri, que, na opinião da oposição, passa pela demissão do actual Governo e consequente nomeação de Augusto Olivais para o cargo do primeiro-ministro.
Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, reafirmou que os partidos estão “congregados no objectivo de salvaguardar e resgatar os princípios da democracia e da liberdade do direito e democrático.
As marchas dos partidos políticos da oposição ao actual regime estão agendadas para os próximos dias 16 e 17.
Coincidência ou não, o Presidente José Mário Vaz exonerou ontem o Secretário de Estado da Ordem Publica, Francisco Malam N´Dur Djata, e hoje o Procurador-Geral da República, Antonio Sedja Man.
Para o seu cargo foi nomeado Bacari Biai, até aqui, Director Nacional da Polícia Judiciária.