Oposição da Guiné-Equatorial não quer Jammeh

Yahya Jammeh abandona Banjul

Assessor do novo Presidente revela que 11,3 milhões de dólares desapareceram dos cofres públicos.

O secretário-geral do partido Convergência para a Social Democracia (CSD) da Guiné-Equatorial, Andrés Esono Ondo, condenou um eventual asilo do antigo Presidente da Gâmbia Yahya Jammeh e responsabilizou o Chefe de Estado Teodoro Obiang Nguema, por "aquilo que possa acontecer" devido a essa decisão.

A posição de Ondo foi divulgada num e-mail depois de grupos da oposição terem considerado que receber Jammeh é acolher "o lixo de África".

O Governo de Obiang ainda não fez comentários sobre a eventual presença na Guiné Equatorial do antigo líder da Gâmbia, deposto após 22 anos no poder.

Não há confirmação oficial do destino final de Jammeh que no sábado, 21, deixou Banjul em direcção à Guiné-Conacri.

Milhões desaparecidos

Jammeh perdeu as eleições presidenciais, a 1 Dezembro passado, mas recusou deixar o poder, tendo a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) avançado com uma força de pressão e a ameaça de uma intervenção militar, dirigida pelo Senegal e Nigéria.

Depois de muitas negociações, Jammeh deixou o país, levando consigo vários carros de luxo e outros bens.

Entretanto, um dos assessores do Presidente eleito, Adama Barrow, Mai Ahmad Fatty, revelou que mais de 11,3 milhões de dólares desapareceram dos cofres públicos da Gâmbia depois da saída de Jammeh do poder.

Fatty acrescentou que peritos em finanças estão ainda a tentar avaliar a quantia exata em falta.