Oposição angolana pede eleições autárquicas

Angola Baía de Luanda

Unita, Casa-CE e Bloco Democrático respondem às propostas do PR para Luanda.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou esta Segunda-feira, 22, um novo modelo de descentralização administrativa da capital assente na atribuição de estatuto de província aos municípios de Luanda. Os partidos da oposição minimizam o anúncio e exigem a realização de eleições autárquicas.

O discurso de José Eduardo dos Santos é considerado impraticável e sem a legitimidade do poder local em Angola, de acordo com os partidos da oposição. Para a Unita, Casa-CE e Bloco Democrático, não há legitimidade democrática na escolha dos administradores recém-nomeados.

Segundo João Baruba, do Bloco Democrático, José Eduardo dos Santos promete desde 1992 melhores condições, para os cidadãos luandinos, que nunca consegue cumprir: “Promessas de dias melhores, já anunciaram vários programas, muita propaganda e mesmo assim nada mudou”,disse.

Baruba aponta ainda “questões como prestação de contas, porque o povo luandino deve saber o que se gasta”.

Para Lindo Bernardo Tito, vice-presidente da Casa-CE, essas mudanças não passam de medidas dilatórias para não realizar eleições autárquicas previstas para o próximo ano.

“O Presidente da República está a tomar decisões paliativas sobre a gravidade da situação que não é só em Luanda, mas em todo país, e está a fugir às suas próprias responsabilidades que são de efectivar a realização das eleições autárquicas previstas para o próximo ano”, reiterou Tito.

Já Adalberto Costa Júnior, vice-presidente da bancada parlamentar da Unita, afirma que os novos administradores não têm qualquer legitimidade para falarem em nome do povo e pede a realização das eleições autárquicas.

“Os cidadãos atentos sabem que estas questões constam das propostas eleitorais da Unita nas últimas eleições nacionais. Há que se ter coragem de regular o nosso respaldo legal e chegarmos à assembleia e aceitarmos a realização das eleições autárquicas e é isso que a UNITA pensa”, concluiu.