O ministro da Administração do Território de Angola, Bornito de Sousa, recusa demitir-se em virtude de estar a supervisionar o processo eleitoral ao mesmo tempo que, agora, é o segundo do MPLA às eleições de Agosto.
Antes dessa indicação, os partidos da oposição queixavam-se da intromissão do Ministério da Administração do Território no processo do registo eleitoral.
Agora, o secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Vitorino Nhany, diz que Bornito de Sousa deve demitir-se do cargo para o bem do processo.
“Por uma questão de ética, ele devia abandonar, para que se dê a Deus o que é de Deus e a César o que é de César”, sublinhou Nhany.
Para Lindo Bernardo Tito, vice-presidente e porta-voz da CASA-CE, todos os concorrentes às eleições de Agosto deviam abster-se do processo eleitoral.
“Todos que vão ser candidatos a presidente e vice-presidente deviam demitir-se”, defendeu.
Entretanto, o ministro Bornito de Sousa, já respondeu e garantiu não haver qualquer incompatibilidade legal com a sua indicação pelo MPLA, à vice-presidência da República.
“Não há nenhuma incompatibilidade legal ou constitucional para esta situação, e eu diria, que se fôssemos então no rigor de colocar suspeições para uma situação desta, no limite, então os senhores deputados, por exemplo, teriam de se demitir agora, porque estivemos a ver legislação eleitoral”, disse.
O jurista José Francisco Lumango diz ser aconselhável do ponto de vista ético que, caso se formalize junto do Tribunal Constitucional a candidatura de Bornito de Sousa, como número dois da lista do MPLA, ele seja afastado do processo de registo eleitoral, que devia estar a ser gerido pela Comissão Nacional Eleitoral.