O governo angolano está a desencadear um conjunto de acções que visam resgatar a legalidade e as boas práticas através da punição severa aos actos e comportamentos não urbanos.
A denominada “Operação resgate” está a ser bastante criticada pela sociedade civil, que entende que o resgate deve abranger as empresas que operam em Angola e não cumprem com as suas responsabilidades sociais em relação as comunidades carentes.
Para o jornalista Manuel Augusto, a Operação Resgate devia optar por uma campanha de sensibilização de ajuda ao próximo, sobretudo para as grandes industriais, que operam no país, mas que, fogem da sua parte da responsabilidade do desenvolvimento de muitas comunidades necessitadas, uma vez que o país encontra-se num momento económico delicado.
“O governo deve sensibilizar as empresas, as igrejas para que ajudem as pessoas e tenham amor às comunidades ao seu redor”, disse.
Por seu turno, o autor do livro “Pobreza: O epicentro da exploração de menores em Angola”, publicado, em 2014, no Brasil, pensa que está acontecer no país um “ataque contra os pobres” legitimado pela operação policial, que alegadamente pretende fazer o país entrar na legalidade proibindo a venda ambulante e em locais impróprios, bem como a actuar os indivíduos e organizações à margem da lei.
O psicólogo e jornalista Fernando Guelengue chama atenção às autoridades para os aspectos positivos que podem resultar da exigência às empresas no cumprimento das suas obrigações sociais.
Guelengue fala em criminalidade social contra as comunidades amplamente exploradas, mas que não beneficiam directa ou indirectamente desta exploração. Estas zonas, diz o analista social, concentram maior número de comunidades subdesenvolvidas.
“O que se assiste é que nas zonas de exploração diamantífera há um grande aglomerado de pobres. Por isso é fundamental que estas empresas façam os seus rendimentos se repercutir no desenvolvimento destas comunidades”.
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