O Programa das Nações Unidas sobre HIV e SIDA (Onusida) está "em crise" por causa de denúncias de "assédio sexual, intimidação e abuso de poder" feitas à liderança, revela um relatório de um painel independente de especialistas.
O documento, citado pela CNN, foi encomendado pela Onusida no início deste ano, após uma série de alegações contra os gestores, incluindo revelações numa reportagem daquela cadeia de TV americana.
Na reportagem em referência, três mulheres fizeram alegações de agressão sexual contra o então vice-director da agência, Luiz Loures.
No relatório ora publicado, o director executivo da agência, Michel Sidibé, é bastante criticado.
Nele lê-se que "o director executivo do secretariado do Onusida criou uma cultura patriarcal tolerando o assédio e abuso de autoridade”.
Exemplo disso foi a denúncia, em Março deste ano, de que Sidibé ofereceu promoção à funcionária Marnina Brostrom se ela desistisse de processar um alto funcionário das Nações Unidas, por alegado abuso sexual.
Sidibé recusou na altura que tal tivesse acontecido.
A CNN adianta que Sidibé, “nas suas entrevistas com o painel não aceitou nenhuma responsabilidade pelas acções e efeitos de decisões e práticas”, o que criou condições para a investigação.
A porta-voz daquela organização, Sophie Barton-Knott, assegurou que a mesma está determinada a eliminar todas as formas de abuso.
A líder da investigação, Gillian Triggs, disse que o Onusida precisa de determinar se a actual liderança tem ou não capacidade e se irá implementar reformas.