DAKAR —
As Nações Unidas patrocinam hoje o Dia Internacional da Tolerância Zero contra a Mutilação Genital Feminina.
A ONU sustenta que milhões de raparigas em África permanecem em risco.
Na Libéria não existe legislação proibindo a prática e a Mutilação Genital Feminina é ainda um procedimento comum.
É nesta altura do ano que no condado de Margibi que as mulheres da aldeia levam as raparigas para a floresta para as iniciar no que denominam sociedade secreta de Sande.
As mulheres que falaram à reportagem da Voz da América sobre a prática fizeram-nos sob a condição de não usarmos os seus nomes dado ser tabu, na Libéria, falar sobre a Mutilação Genital Feminina.
“Nesta altura do ano, as jovens não têm escola por isso são levadas para a floresta para entrar para a Sociedade Sande. Passamos mais de seis meses ali e ensinamos as práticas tradicionais. Algumas delas morrem. Algumas ficam doentes e usamos ervas tradicionais para as curar. Esta é a nossa tradição”.
Estas práticas ocorrem nas comunidades rurais do país, estimando-se que, metade das mulheres Liberianas, tenham sido iniciadas na Sande.
O governo afirma-se contra a Mutilação Genital Feminina, mas continua a não criminalizar a sua prática.
O ministério do Género e do Desenvolvimento emitiu, nos finais de Janeiro, uma declaração apelando às comunidades para não praticarem a Mutilação Genital Feminina como parte das iniciações de Sande, por ser perigosa.
As mulheres da sociedade afirmam-se determinadas a não parar com a prática.
A rapariga a quem não tenha sido cortado o clitóris não será autorizada a participar nos encontros da comunidade ou participar nas decisões locais. Será vista como sendo impura, podendo vir a ser acusada mais tarde de feitiçaria.
A jovem tinha seis anos de idade quando foi iniciada no Sande. Nos dois anos seguintes tem sofrido de infecções e dores no estomago.
“Fizeram- me muitas coisas más. Não me consigo lembrar de algumas. Passei muito tempo na mata. Responsabilizo os meus pais por me terem levado para a mata. No tempo que ali estive não fui à escola.”
Os activistas consideram que a Mutilação Genital Feminina viola os direitos das jovens e colocam-nas em sérios riscos de saúde, incluindo problemas durante o parto.
No entanto falar contra a Mutilação Genital Feminina pode ser perigoso na Libéria. Em 2012 a residência de uma activista foi incendiada apos ter falado sobre o assunto perante as Nações Unidas, em Nova Iorque.
Uma jornalista local foi alvo de ameaças de morte apos ter publicado um artigo sobre a Mutilação Genital Feminina.
As activistas dos direitos das mulheres na Libéria disseram à Voz da América que vai levar tempo e dialogo para levar estas comunidades a mudarem as suas práticas.
Your browser doesn’t support HTML5
A ONU sustenta que milhões de raparigas em África permanecem em risco.
Na Libéria não existe legislação proibindo a prática e a Mutilação Genital Feminina é ainda um procedimento comum.
É nesta altura do ano que no condado de Margibi que as mulheres da aldeia levam as raparigas para a floresta para as iniciar no que denominam sociedade secreta de Sande.
As mulheres que falaram à reportagem da Voz da América sobre a prática fizeram-nos sob a condição de não usarmos os seus nomes dado ser tabu, na Libéria, falar sobre a Mutilação Genital Feminina.
“Nesta altura do ano, as jovens não têm escola por isso são levadas para a floresta para entrar para a Sociedade Sande. Passamos mais de seis meses ali e ensinamos as práticas tradicionais. Algumas delas morrem. Algumas ficam doentes e usamos ervas tradicionais para as curar. Esta é a nossa tradição”.
Estas práticas ocorrem nas comunidades rurais do país, estimando-se que, metade das mulheres Liberianas, tenham sido iniciadas na Sande.
O governo afirma-se contra a Mutilação Genital Feminina, mas continua a não criminalizar a sua prática.
O ministério do Género e do Desenvolvimento emitiu, nos finais de Janeiro, uma declaração apelando às comunidades para não praticarem a Mutilação Genital Feminina como parte das iniciações de Sande, por ser perigosa.
As mulheres da sociedade afirmam-se determinadas a não parar com a prática.
A rapariga a quem não tenha sido cortado o clitóris não será autorizada a participar nos encontros da comunidade ou participar nas decisões locais. Será vista como sendo impura, podendo vir a ser acusada mais tarde de feitiçaria.
A jovem tinha seis anos de idade quando foi iniciada no Sande. Nos dois anos seguintes tem sofrido de infecções e dores no estomago.
“Fizeram- me muitas coisas más. Não me consigo lembrar de algumas. Passei muito tempo na mata. Responsabilizo os meus pais por me terem levado para a mata. No tempo que ali estive não fui à escola.”
Os activistas consideram que a Mutilação Genital Feminina viola os direitos das jovens e colocam-nas em sérios riscos de saúde, incluindo problemas durante o parto.
No entanto falar contra a Mutilação Genital Feminina pode ser perigoso na Libéria. Em 2012 a residência de uma activista foi incendiada apos ter falado sobre o assunto perante as Nações Unidas, em Nova Iorque.
Uma jornalista local foi alvo de ameaças de morte apos ter publicado um artigo sobre a Mutilação Genital Feminina.
As activistas dos direitos das mulheres na Libéria disseram à Voz da América que vai levar tempo e dialogo para levar estas comunidades a mudarem as suas práticas.