A secretária-geral adjunta Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários anunciou que a organização está a elaborar um Plano de Resposta Humanitária que visa ajudar 1,6 milhões de pessoas afetadas pelos fenómenos climáticos extremos e pelo terrorismo na província moçambicana de Cabo Delgado.
Joyce Msuya fez este anúncio nesta semana, após encontrar-se com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Manuel Gonçalves, em Maputo.
"Vamos a Cabo Delgado para saber junto das comunidades quais são as suas maiores preocupações”, afirmou Msuya, reiterando que a ONU prepara um Plano de Resposta Humanitária, no qual “analisaremos a situação dos 1,6 milhões de pessoas que foram identificadas como alvo de receber esta ajuda humanitária”.
A visita de dois dias a Moçambique daquela responsável da ONU terminou na sexta-feira, 3.
Veja Também ONU diz serem necessários 138 milhões de dólares para ajudar moçambicanos afectados por ciclones e cóleraEm Cabo Delgado, Msuya reuniu-se com mulheres, crianças e homens que regressaram ao distrito de Mocímboa da Praia, depois de fugirem da violência iniciada em 2017.
Quase três quartos dos mais de 175 mil repatriados no distrito residem em áreas onde existem infra-estruturas básicas, como escolas, centros de saúde e instalações de abastecimento de água, mas que ainda não foram restaurados.
Veja Também Montepuez: Administradora alerta para o drama da "mão estendida"Dados oficiais indicam que mais de 2 milhões de pessoas em Moçambique necessitam de assistência humanitária para fazer face aos efeitos dos conflitos, das alterações climáticas e dos fenómenos meteorológicos extremos, incluindo o ciclone Freddy no início deste ano.
Até agora, a ONU e os seus parceiros conseguiram ajudar, de alguma forma, cerca de 1,5 milhões de pessoas no primeiro semestre deste ano.
Entretanto, o apelo para ajuda humanitária a Moçambique para este ano, no valor de 513 milhões de dólares, recebeu respostas que cobrem apenas um terço daquele montante.
A ONU alerta ainda que o plano de resposta ao ciclone Freddy, às inundações e à cólera dispõe de ainda menos recursos, tendo recebido apenas 16 por cento dos 138 milhões de dólares necessários.
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Além de vários fenómenos climáticos que têm assolado Moçambique nos últimos quatro anos, desde 2017 o país enfrenta uma insurgência na província de Cabo Verde, que provocou cerca de quatro mil mortos e mais de 1,8 milhões de deslocados.