ONU pede a Estados Unidos que deixem de separar crianças dos pais que entram ilegalmente no país

Donald Trump responsabiliza democratas pela política migratória

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao Governo dos Estados Unidos que interrompa de modo imediato a política de separar as crianças imigrantes da América Central dos seus pais, que são detidos depois de atravessarem a fronteira ilegalmente a partir do México.

A porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse que separar famílias e deter menores de idade representa uma "violação grave dos direitos da criança".

Donald Trump

Sem responder directamente à ONU, o Presidente Trump responsabilizou hoje os democratas pela crise na política migratória.

"Separar famílias na fronteira é culpa da má legislação aprovada pelos democratas. As leis fronteiriças deveriam ser mudadas mas os democratas não se conseguem entender. Começou o muro", escreveu Donald Trump.

ONU critica

A porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU explicou que os Estados Unidos mudaram a política em de 2017, depois que o Presidente Donald Trump começou a aplicar uma política de "tolerância zero" com os imigrantes irregulares.

Ravina Shamsadani

A partir de então, os agentes de segurança da fronteira foram autorizados a separarem os filhos dos seus pais, caso estes tenham entrado de forma clandestina no país.

Os adultos são presos e crianças ficam retidas em centros de internamento para refugiados.

"Uma vez que os pais cumpram a sentença, os filhos às vezes são deportados com eles e às vezes permanecem, em função do caso, explicou Ravina Shamdasani.

Desde outubro do ano passado, centenas de crianças da América Central foram detidas na fronteira sul dos Estados Unidos e separadas dos pais, de acordo com balanço do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh).

A porta-voz insistiu que "as crianças nunca deveriam ser detidas por razões vinculadas a seu estatuto migratório ou dos seus pais".