ONU diz que Angola pode ter uma epidemia de Sida

Onusida diz que países lusófonos têm de ser pragmáticos na prevenção da doença.

Angola pode ter uma "epidemia importante" de VIH/SIDA, à semelhança de Moçambique, alertou nesta terça-feira o director executivo adjunto do Programa Conjunto da ONU de combate à doença (Onusida), Luiz Loures.

Em declarações à Rádio Onu, Loures pediu uma "atenção renovada" para acabar com a doença nos países lusófonos, onde considera haver "muito trabalho a ser feito" para eliminar a epidemia.

Aquele responsávei adiantou que os dirigentes desses países "têm de ser pragmáticos na prevenção, principalmente os mais jovens, que não viram a epidemia no seu auge".

Um relatório da organização apresentado por Luiz Loures apresenta exemplos de abordagens inovadoras em mais de 50 comunidades, cidades e países, para alcançar as pessoas com serviços para prevenir e tratar o VIH.

De acordo com a mesma fonte, Portugal e o Brasil têm hoje uma resposta à doença das "mais avançadas do mundo", pelo que "não existe razão para que outros países de língua portuguesa não avancem da mesma forma.

O documento destaca o caso de Moçambique, que está entre as 10 nações da África Oriental e Austral onde ocorreram cerca de metade das novas infecções pelo vírus entre 2010 e 2014, embora o país tenha aumentado a cobertura do tratamento naquele período.​

De acordo com estimativas do Ounsida relativas ao ano passado, verificou-se uma queda de 35% nas novas infecções pelo vírus (face ao pico de 2000), tendo as mortes relacionadas com a doença descido 42% desde o seu auge, em 2004.

No final de 2014, havia um total de 36,9 milhões de pessoas a viver com o vírus.