As Nações Unidas alertam que o conflito armado na província de Moçambique agrava-se, particularmente no campo humanitário, com a necessidade de ajuda urgente.
Enquanto isso, a organização obteve apenas nove por cento da ajuda necessária para salvar um milhão e 100 mil vidas.
Em nota distribuída no final da noite de terça-feira, 15, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) revelou que o número de pessoas deslocadas internamente “aumentou de 172 mil em Abril de 2020 para mais de 732 mil pessoas até ao final de Abril de 2021”.
Veja Também Insurgência em Cabo Delgado: Vila de Palma continua insegura, dizem residentesDesse total, um terço das pessoas já teve de fugir de onde se encontrava mais do que uma vez.
“O conflito continuou a crescer no primeiro semestre de 2021, impulsionando deslocações generalizadas e uma crise humanitária em rápido desenvolvimento”, disse numa nota o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos acrescenta a nota, que destaca que “após confrontos em todo o distrito”, o total de deslocados só daquela área ascende a 68 mil.
Veja Também Insurgência em Cabo Delgado: Vila de Palma continua insegura, dizem residentesAnte este quadro, a OCHA afirma que “mais de 900 mil pessoas enfrentam insegurança alimentar severa e as comunidades de acolhimento estão também a precisar urgentemente de abrigo, proteção e outros serviços”, lê-se no documento.
“A grave falta de financiamento está a dificultar a resposta humanitária”, alerta aquela agência da ONU, cuja organização recebeu “apenas 22,3 milhões de dólares, cerca de nove por cento dos 254 milhões de dólares necessários para prestar assistência, protecção e salvar vidas a 1,1 milhões de pessoas em Cabo Delgado, Niassa e Nampula”.
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