Apesar do actual contexto político propiciar uma maior abertura na intervenção das organizações não-governamentais (ONG), a falta de financiamentos é apontada como o principal desafio a que fazem face.
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Para Maria Lassalete, da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) o cenário drámático.
“A falta de financiamentos diminue o leque de actividades, certamente, que o protagonismo destas organizações baixa onsideravelmente e aí a sua actuação acaba por ter menor visibilidade, beliscando a sua participação activa que se quer”, referiu a activista.
Para Amilcar Salocombo, da organização Development Workshop (DW), este quadro já forçou o desaparecimento perto de duas dezenas de organizações entre nacionais e estrangeiras, e algumas sobrevirem apenas com programas radiofónicos.
“Nós somos das maiores que existem a operar aqui no Planalto e isto mostra bem o grau de dificuldades em continuar a desempenhar as actividades”, exemplificou Salocombo, para quem "se as outras saíram é porque os financiamentos deixaram de existir”.
A Despovo, outra organização de ajuda a populações vulneráveis, revelou que as organizações estão dependentes do voluntariado.
“As organizações estão a sobreviver por acções voluntárias dos próprios membros e claro que isto limita a intervenção das associações”, acrescentou Julião Agostinho, lembrando que "os financiamentos que aparecem são bastante limitados”.
O coordenador daquela associação defendeu o reposicionamento das organizações face ao quadro, reforçando a concertação e diálogo com os diferentes actores e os doadores.
Agostinho lamentou a fraca participação de varias instituições públicos salvo algumas poucas.
“Quer no sector privado, na banca, a responsabilidade social ainda não se faz sentir, não há esta cultura e abertura”, apontou, lembrando, no entanto, que "o próprio sector privado está descapitalizado, não tem dinheiro”, disse enfim é muito complicado” afirmou Julião Agostinho.
As organizações não governamentais são reconhecidas por terem exercido um papel prepoderante durante o conflito armado em Angola, tanto a nível do diálogo entre as partes, como na procura de soluções de problemas que afectam as comunidades, designadamente o combate ao HIV-SIDA, malária, direitos humanos e boa governação.