A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou, na quarta-feira (6), que as crianças na África Subsaariana e outras regiões do continente com transmissão moderada a alta da malária recebam uma vacina contra esta doença.
A vacina, conhecida como Mosquirix, se mostrou eficaz num programa piloto realizado no Gana, Quénia e Malawi, com uma cobertura de mais de 800 mil crianças desde 2019.
De acordo com a OMS, a malária é a principal causa de morte de crianças na África Subsaariana. Mais de 260 mil menores de cinco anos morrem anualmente, vítimas desta doença transmitida pelo mosquito.
Veja Também Malanje: Mais de 300 mil casos de malária nos primeiros cinco meses do anoA vacina, que requer quatro doses, combate o P. falciparum, "o parasita da malária mais mortal em todo o mundo e o mais prevalente em África", disse a OMS.
"Há muito tempo esperávamos por uma vacina eficaz contra a malária e agora, pela primeira vez, temos essa vacina recomendada para uso generalizado”, disse Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para a África.
Moeti, médica tswana, realçou que “a recomendação de hoje oferece esperança para o continente, que carrega o fardo mais pesado da doença e esperamos que muitas mais crianças africanas sejam protegidas da malária e se tornem adultos saudáveis. "
Segurança
Os dados do programa piloto, disse a OMS, mostram que mais de dois terços das crianças que não dormem debaixo de uma rede mosquiteira tiraram vantagem da vacina, e que houve uma redução de 30% na "malária mortalmente severa, mesmo quando introduzida em áreas onde redes tratadas com inseticida são amplamente utilizadas e há bom acesso para diagnóstico e tratamento."
O programa piloto também descobriu que a vacina tem um "perfil de segurança favorável" e é "económica".
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De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, ainda pode levar anos até que a vacina esteja amplamente disponível.
A vacina está sendo desenvolvida há 30 anos pela farmacêutica GlaxoSmithKline; PATH, uma organização sem fins lucrativos global com foco em questões de saúde; e algumas organizações de pesquisa africanas, disse a OMS.
A Fundação Bill & Melinda Gates, dos Estados Unidos da América, forneceu financiamento de estágio final para o desenvolvimento da vacina, acrescentou a OMS.