O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu início nesta terça-feira, 23, a uma última tentativa de persuadir o Congresso a fechar a prisão militar da Baía de Guantánamo, em Cuba.
Entretanto, os parlamentares, que se opõem à transferência dos detentos para o território americano, deram o assunto como um nado-morto.
Ao falar a partir da Casa Branca, Obama pediu ao Congresso de maioria republicana a "dar uma oportunidade e ouvir" a sua proposta.
O Presidente disse que não quer deixar o problema para seu sucessor a partir de Janeiro do ano que vem.
O plano do Pentágono apresentado por Obama propõe 13 locais para receber os detidos ainda em Guantánamo, mas não identifica as instalações nem recomenda alguma em particular.
"Analisaremos o plano do presidente Obama", disse o republicano Mitch McConnell, líder da maioria no Senado.
Entretanto, ele lembra que que a vontade dos dois partidos no Congresso "é contrária"
O republicano Paul Ryan, presidente da Câmara dos Deputados, considerou que Obama ainda não convenceu os norte-americanos de que levar prisioneiros para os EUA é inteligente ou seguro.
Fechar a prisão foi uma das promessas de campanha do então candidato Obama em 2008.
Os prisioneiros foram detidos no exterior quando os EUA se envolveram em guerras no Iraque e no Afeganistão em reacção aos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington.
Logo depois, Guantánamo tornou-se um símbolo de práticas de detenção agressivas que deram ensejo a acusações de tortura.
"Vamos seguir em frente e encerrar este capítulo", pediu Obama.
"Manter esta instalação aberta é contrário aos nossos valores", continuou o Presidente, lembrando que "é vista como uma mancha no nosso historial mais amplo de manutenção dos padrões mais altos do império da lei".
Obama admite também agir unilateralmente e recorrer a uma ordem executiva para fechar a prisão, situada numa estação naval dos EUA no sudeste de Cuba, se o Congresso não aprovar as transferências para o território americano.
A prisão, que Obama disse já ter abrigado quase 800 detentos, hoje tem 91.
Cerca de 35 serão transferidos para outros países este ano.