O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu usar os seus poderes executivos para reformar, antes do fim do ano, as políticas de imigração, o que pode impedir a deportação de cinco milhões de imigrantes indocumentados. A notícia já provocou uma forte reacção dos republicanos que prometem lutar contra qualquer iniciativa do presidente. As ameaças falam em voltar a fechar o Governo já em Dezembro.
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“Eu disse ao presidente da Câmara dos Representantes Boenher meses atrás que se o Congresso não aprovasse a reforma da imigração, eu usaria toda a autoridade legal que tenho para fazer funcionar o sistema, e é isto que vai acontecer antes do fim de ano", disse o presidente.
Este anúncio de Barack Obama na passada sexta-feira, 14, na Birmânia colocou os republicanos em alerta e preparados para a primeira batalha contra Barack Obama, depois da vitória eleitoral do passado dia 4.
O presidente acrescentou estar disposto a assinar uma lei de imigração assim que o Congresso a apresentar, mas tal não deverá acontecer já que os republicanos controlam a Câmara dos Representantes e a partir de Janeiro passarão a dominar também o Senado.
Um dos pontos principais do plano de Obama é permitir que muitos pais de crianças que são cidadãos americanos ou residentes legais obtenham permissões de trabalho e evitem assim a ameaça da deportação.
Essa parte do plano poderia afectar entre 2,5 e 3,3 milhões de pessoas, dependendo do tempo de permanência no país (10 ou cinco anos) que for fixado como requisito para os potenciais beneficiados.
Os republicanos, no entanto, disseram, através do líder da Câmara dos Representantes John Boehner, que Obama está a "brincar com fogo" e que qualquer acção unilateral que adoptar eliminará a possibilidade da aprovação da reforma migratória no Congresso, além de "pôr em perigo" o consenso bipartidário em outros assuntos.
“Vamos lutar contra o presidente, com todas as nossas forças, se ele continuar nesta via. Esta á a forma errada de governar e todas as opções estão sobre a mesa”, ameaçou Boenher
Alguns republicanos mais radicais defendem um novo shutdown, ou seja voltar a fechar o Governo como fizeram no ano passado, apesar de o novo líder do Senado Mitch McConnell ter dito depois da vitória de 4 de Novembro que tal não voltará a acontecer.
Ontem, o antigo candidato presidencial republicano e adversário de Obama em 2012 Mitt Romney disse no programa Face the Nation, da cadeia televisiva CBS, não ser boa ideia fechar o Governo e reiterou haver outras vias para impedir a reforma da imigração por parte do presidente.
Analistas acreditam que a Casa Branca ainda não decidiu se o presidente avança com uma ordem executiva antes ou depois da aprovação do orçamento para 2015.
Eles acreditam, no entanto, num extremar de posições de democratas e republicanos nos próximos tempos.