Barack Obama levará a cabo um evento estilo campanha para convencer os americanos a apoiar o seu plano que levanta a ameaça de deportação de milhões de indocumentados que residem nos Estados Unidos.
Num discurso a partir da Casa Branca, Obama falou das linhas-mestras do plano, que ao não precisar de ter a aprovação do Congresso irritou os republicanos que prometem impedir a execução do plano.
“Se está na América há mais de 5 anos, se tem filhos que são cidadãos Americanos ou residentes legais; se se registou, obteve registo criminal e está disposto a pagar a sua parte dos impostos – podem então candidatar-se a permanecer neste país temporariamente, sem medo de ser deportado. Pode sair das sombras e cumprir a lei” disse Obama apresentando o plano de reforma imigratória.
A ordem executiva, que entrará em vigor dentro de seis meses, oferece carta de trabalho a cerca de 4.7 milhões de imigrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos.
Os republicanos atacaram a acção de amnistia presidencial, dizendo que vai encorajar novas ondas de imigração ilegal. Muitos prometem uma luta total contra o plano.
O porta-voz da Camara dos Representantes, o republicano John Boehner está entre os que consideram a ordem inconstitucional. Num comunicado, Boehner acusou o presidente de actuar como um “rei” ou “imperador.”
Obama defendeu a legalidade da sua decisão, dizendo que há décadas que presidentes Democratas e Republicanos usam este tipo de decisão executiva.. E responsabilizou o impasse no Congresso pela necessidade de optar por tal acção.
“Para os congressistas que questionam a minha autoridade de melhorar o sistema de imigração, ou questionam a minha prudência em actuar onde o Congresso falhou, tenho apenas uma resposta: aprovem uma medida. Quero trabalhar com ambos os partidos para que seja aprovada uma solução legislativa permanente” acrescentou o Presidente Obama.
Há mais de um ano, quando o Senador era controlado pelos democratas, aprovou uma lei de reforma de imigração, que era apoiada por ambas as alas partidárias. Mas os lideres da Camara dos representantes, controlada pelos republicanos, tinham recusado colocar a lei à votação.
Tornou-se ainda mais improvável que o Congresso aprove uma nova lei de imigração depois das eleições intercalares, que deram aos republicanos a maioria e ambas as camaras do Congresso.
Não é claro como os republicanos vão combater a ordem de Obama. Alguns ameaçam encerrar o governo, outros procuram outras formas de proibir o financiamento do próprio plano.
Muitos dizem que vão desafiar a ordem em tribunal, mas peritos legais explicam que a decisão do presidente tem precedente legal.