O Presidente americano anunciou nesta Terça-feira uma série de medidas para combater a violência armada no país.
Em discurso na Casa Branca, Barack Obama defendeu uma maior fiscalização nas vendas dos armamentos, a regulamentação da venda de armas e redução da ilegalidade.
Obama afirmou que o país deve ter um "senso de urgência" para enfrentar a onda de tiroteios em massa nos últimos anos.
"Nas palavras do Dr. King, precisamos sentir a urgência do agora”, disse o Presidente americano.
A principal medida visa generalizar a obrigatoriedade de uma estrita revisão dos antecedentes criminais e do estado psiquiátrico de qualquer comprador de arma.
Recusando "aceitar estes massacres", Obama, que se mostrou visivelmente emocionado, anunciou que quem vender armas passa a ser obrigado a ter licença e a fazer a análise do passado dos compradores.
“Se não o fizer ficará sujeito a acções legais”, garantiu.
Outra das medidas passa por reforçar o orçamento para a saúde mental.
A Administração Obama propõe que o orçamento para 2017 contenha 500 milhões para o tratamento de doenças mentais.
Além disso, os Estados deverão fornecer informações sobre a saúde mental dos seus habitantes, permitindo que os dados estejam disponíveis se essas pessoas quiserem comprar uma arma.
Obama recordou que "até o Presidente George W. Bush apoiou a expansão da análise do historial dos compradores", e sublinhou que a NRA, o poderoso lóbi das armas, o faz, tal como a maioria dos eleitores republicanos”.
O Presidente acusou o Congresso de insistir em bloquear a mudança na lei e garantiu que, “o lóbi das armas pode ter o Congresso refém, mas não pode ter a América refém" dos seus interesses".
Obama garantiu que as acções executivas que vai tomar não entram em conflito com a segunda emenda da Constituição.
"Eu acredito na segunda emenda, como está no papel, que garante o direito de portar armas", reiterou Obama na cerimónia em que estiveram presentes vítimas da violência armada e suas famílias.
"Não importa quantas vezes as pessoas tentam distorcer as minhas palavras, que é o nosso direito constitucional. Eu sei um pouco sobre isso. Mas eu também acredito que nós podemos encontrar maneiras de reduzir a violência armada com base na segunda emenda", sublinhou Barack Obama.
Durante a cerimónia, o pai de uma das vítimas do ataque à escola primária de Sandy Hook, em 2012, disse que esta é uma luta que o presidente não pode fazer sozinho.
Com esta iniciativa, Obama prepara-se para desencadear uma tempestade ao ignorar o Congresso, recorrendo às ordens executivas para passar estas medidas.
Segundo os republicanos, que têm a maioria tanto na Câmara dos Representantes como no Senado, o Presidente está a ultrapassar os seus poderes.
Recorde-se que o Congresso não aprova uma legislação para restringir o acesso às armas desde os anos de 1990.
As armas de fogo provocam uma média de 30 mil mortes por ano nos Estados Unidos.