O que querem os partidos angolanos

Uma delegada eleitoral mostra um boletim de voto durante a contagem no fim das eleições gerais em Luanda, Angola, 13 de Agosto 2017 (arquivo)

A três semanas das eleições partidos tentam diferenciar-se com visões diferentes para o futuro imediato de Angola

A três semanas das eleições em Angola, os partidos políticos procuram agora oferecer aos eleitores as suas visões de como irão governar o país.

Enquanto o MPLA quer ser o partido “que quando promete faz” os principais grupos da oposição apresentam diferentes visões de como vêm o futuro de Angola se subirem ao poder.

De reformas constitucionais a uma economia liderada pelo económico privado, passando pelo federalismo, de uma maneira geral todos dizem que se forem governo vão centrar a sua preocupação na resolução dos problemas fundamentais dos cidadãos, como a pobreza, a fome, a questão da melhoria do sistema de educação e saúde, diferenciando apenas no modo como cada um pretende alcançar este desiderato.

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MPLA "quando promete faz"

O partido que sustenta o governo desde 1975, o MPLA, entende que quando promete faz.ao contrário dos programas da oposição que considera utópicos.

"Se o MPLA diz que vai fazer, faz porque já tem experiência”, disse o deputado João Pinto .

“Se diz que vai continuar a alargar as transferências monetárias, para combater a pobreza faz, se diz que vai melhorar o sistema de saúde, construindo hospitais, faz”, acrescentou João Pinto para quem “o MPLA é diferente dos outros partidos que fazem promessas irrealizáveis”.

“Nós assumimos e realizamos o que prometemos e reconhecemos os erros, não somos utópicos", disse.

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CASA-CE quer economia liderada pelo sector privado

Em resposta a CASA-CE, pelo seu presidente Manuel Fernandes questiona o MPLA sobre as promessas feitas em 2017.

"Então a promessa que o presidente fez de transformar Benguela numa Califórnia, foi realizada ou foi utópica? A promessa dos 500 mil empregos foi ou não uma promessa irrealizável?”, interrogou.

Para o líder da única coligação eleitoral o seu programa de governo contou com subsídio de vários cidadãos fora da CASA-CE e visa “uma economia que seja liderada pelo sector privado, onde o estado deve apenas ter o papel de fiscalizador do exercício económico”.

“O estado deve criar oportunidades para termos um empresariado forte e competitivo, para oferecer postos de trabalho aos jovens e aos cidadãos em geral, o estado deve aumentar também a sua capacidade de arrecadação fiscal", afirmou.

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UNITA quer mudanças constitucionais e fim da propriedade do estado sobre a terra

Já a UNITA diz que a prioridade, antes de tudo seria inverter as normas actuais e depois atacar as questões estruturantes, segundo o cabeça de lista, Adalberto Costa Júnior.

"O voto na UNITA significa abraçar a revisão constitucional, repor a eleição directa do PR, para evitar que o presidente contraia empréstimos sem aval da Assembleia Nacional, comprometa o país promovendo o endividamento sem autorização da assembleia”, disse.

“Precisamos primeiro corrigir isso, diminuir os poderes do PR, não se pode admitir uma democracia com poder unipessoal, com uma assembleia nacional que recebe ordens do presidente da república, os tribunais sem independência funcional, a própria CNE um comité de especialidade do partido que governa", afirmou.

Uma das formas para combater a pobreza é segundo a UNITA a "criação de um pacto de estabilidade que passe necessariamente por aspectos estratégicos”.

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“A terra não pode ser propriedade do estado, em Angola dificilmente atribui-se titularidade da propriedade e este é um dos elementos dos conflitos brutais e da pobreza, a base dos conflitos no interior, nas cidades, não há titularidade reconhecida é o principal motivo de conflito no mundo, e é um dos problemas mais importantes de combate a pobreza", afirmou.

Outro concorrente às eleições de 24 deste mês Benedito Daniel cabeça de lista do PRS traz o diferencial do federalismo em relação aos demais contendores.

"O federalismo é o regime mais compatível com o sistema democrático, o estado unitário, aposta de todos os outros concorrentes não prevê democraticidade que o federalismo reserva”, disse.

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