O deputado angolano David Mendes confirmou que já não é parlamentar pela UNITA e numa conversa com jornallistas esclarecer que o seu problema não é com o partido, mas sim com o seu líder, Adalberto Costa Junior.
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No início da semana David Mendes tinha anunciado essa decisão por alegadas “divergências de pensamento”, com o presidente do partido.
Mendes aludiu ainda a censura às suas intervenções no Parlamento e o facto de, supostamente, a direcção da UNITA não ter oficialmente manifestado solidariedade diante das ameaças de morte que David Mendes afirma terem sido proferidas por jovens manifestantes.
Veja Também "Braços juvenis" do PRS e da UNITA rejeitam reunião com organizações do MPLA"A forma como o presidente Adalberto tratou este assunto comigo faltou-me ao respeito, ralhou-me, (e isso) acelerou a minha posição de deixar o grupo parlamentar da UNITA”, disse David Mendes acrescentando não ter "contradição nenhuma com a UNITA".
David Mendes garante que, ao contrário do que se propala, não vai para o MPLA e a sua consciência não está à venda.
"Dizem que eu teria sido comprado por João Lourenço, eu acho que José Eduardo dos Santos tinha mais dinheiro que João Lourenço e não conseguiu comprar-me”, afirmou o deputado.
Veja Também Parlamento angolano agrava penas para corrupção de funcionários“Eu sempre fui recto, o meu compromisso é com a nação, não há dinheiro que compre a minha consciência", afirmou Mendes, quem acrescentou: "Todos os cenários são possíveis para o meu futuro menos ir para o MPLA".
David Mendes revelou que várias publicações nas redes sociais são pagas pelo actual presidente da UNITA e disse ter provas.
Quanto à ameaça de morte que sofreu, o agora deputado independente disse que isso foi publicado numa página da UNITA pelo que compete à Procuradoria Geral da República iniciar uma investigação sem que ele tenha que apresentar queixa.
"Ameaça de morte contra um deputado é crime público, não é preciso uma queixa e não vou fazê-lo, salvo se a PGR não agir e aí sim vou fazer uma reclamação a PGR", prometeu.
A VOA tentou falar com o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, mas não obteve resposta.
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