A decisão do Presidente senegalês de não concorrer a um terceiro mandato, como o próprio admitiu inicialmente, tem tido repercussão em determinados círculos em Angola, onde um eventual terceiro mandato do Presidente João Lourenço tem sido aventado, embora ele, em entrevista à Voz da América em Dezembro último, tenha descartado essa possibilidade.
Em Luanda, alguns analistas políticos dizem que o exemplo do Presidente do Senegal deve ser replicado em Angola para prevenir conflitos.
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O anúncio de Macky Sall foi feito nesta semana e despertou o debate e as tensões em Angola, fazendo a ligação sobre um eventual terceiro mandato de Lourenço.
Numa declaração à nação transmitida pela televisão senegalesa, Macky Sall afirmou que "o Senegal é mais que capaz de encontrar um Presidente que lhe garanta a continuidade do seu desenvolvimento".
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Esta posição só foi clarificada depois de longos meses de um silêncio estratégico sobre o assunto, gerindo esse silêncio ao mesmo tempo que analisava, segundo os analistas políticos daquele país, se a sua disponibilidade para um terceiro mandato seria bem acolhido pelo povo senegalês ou não.
Em Angola, o debate sobre um eventual terceiro mandato de João Lourenço tem sido abordado em “surdina” e o Presidente da República já foi questionado sobre o assunto, ainda este ano, pelo Canal France 24, a partir de Londres, tendo considerado ser ainda cedo falar sobre o assunto, muito embora se trate de um “chavão” que vai alimentando as conversas de bastidores nos últimos tempos.
Veja Também Grande Entrevista: Presidente Lourenço nega busca por terceiro mandatoTambém esta semana, o antigo secretário geral do partido no poder em Angola, Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, foi citado por alguns órgãos de comunicação social, como tendo aconselhado João Lourenço a não concorrer a um terceiro mandato, embora tenha dito que nunca o ouviu falar sobre o assunto.
Acompanhe o debate com os analistas políticos Albino Pakisi, Nkimkinamo Tusamba e Anselmo Kondumula.