Níger: Aumentam prisões de antigos governantes

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Manifestantes pró-Junta Militar no Níger junto da Embaixada da França em Niamey

Militares acusam a França de tentar "intervir militarmente"

O Partido da Democracia e do Socialismo do Níger (PNDS), do Presidente deposto Mohamed Bazoum, anunciou nesta segunda-feira, 31, que foram detidos quatro ministros, um antigo ministro e o presidente do Comité Executivo Nacional do partido.

A Junta Militar acusa a França de querer intervir militarmente no país.

Hoje registaram-se mais manifestações de apoio à Rússia e várias detenções.

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Niamey: Manifestantes marcharam até à embaixada francesa

"Após o rapto do Presidente da República, Mohamed Bazoum, os golpistas voltam a atuar e aumentam o número de detenções abusivas", lê-se no comunicado do PNDS, que citou a prisão hoje do ministro do Petróleo, Mahamane Sani Mahamadou, filho do antigo presidente Mahamadou Issoufou, e o ministro das Minas, Ousseini Hadizatou.

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Antes tinham sido detidos o ministro do Interior e da Descentralização, Hama Amadou Souley, o ministro dos Transportes, Oumarou Malam Alma, e do deputado e o antigo ministro da Defesa, Kalla Moutari.

O PNDS "exige" ainda na nota a "libertação imediata" dos ministros detidos e "injustamente sequestrados" e afirma temer que o Níger esteja a caminhar para "um regime ditatorial e totalitário".

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Por seu lado, a Junta Militar acusou hoje a França de tentar "intervir militarmente" para restabelecer o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, aumentando assim a tensão com a antiga potência colonial.

Bazoum, um aliado ocidental cuja eleição há pouco mais de dois anos foi um divisor de águas na conturbada história do Níger, foi derrubado em 26 de julho pela Guarda Presidencial de elite.

O chefe dos guardas, general Abdourahamane Tiani, declarou-se líder da junta, mas o golpe foi condenado a nível internacional.

A Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), deu ontem um prazo de oito dias à junta militar para devolver o poder ao Presidente deposto, caso contrário poderá intervir militarmente no país.