“Não vou a lado nenhum”, garante Joe Biden

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Joe Biden na cimeira da NATO

O senador Bernie Sanders, uma figura proeminente da esquerda política norte-americana, manifestou o seu apoio à candidatura presidencial de Joe Biden.

Procurando reanimar a sua campanha para a reeleição, o Presidente Joe Biden realizou um raro comício em Detroit na sexta-feira, 12, dizendo a uma multidão animada que não vai abandonar a corrida e avisando que o republicano Donald Trump representa uma séria ameaça.

Biden, de 81 anos, está a tentar desviar a conversa da sua agudeza mental para o impacto de uma nova presidência de Trump, numa altura em que a sua campanha se debate após o seu fraco desempenho no debate de 27 de junho.

"Estou a concorrer e vamos ganhar", disse Biden perante uma multidão que carregava cartazes com os dizeres "Motown is Joetown" e entoava "Don't you quit" antes de ele falar. "Sou o nomeado", disse.

Apontando para a área de imprensa Biden disse: "Têm estado a martelar-me", ao que a multidão vaiou. "Donald Trump tem tido um passe livre", acrescentou, declarando depois que Trump era uma "ameaça para esta nação".

Um dos presentes que tentou interromper Biden foi repelido pela multidão, que gritava "Mais quatro anos". "Sei que os americanos querem um presidente, não um ditador", disse Biden.

Biden também expôs o que pretende fazer nos primeiros 100 dias de um segundo mandato, incluindo a codificação do direito ao aborto.

Bernie Sanders ao lado de Biden

Sábado, 13, senador Bernie Sanders, uma figura proeminente da esquerda política norte-americana, manifestou o seu apoio à candidatura presidencial de Joe Biden, apesar dos apelos para que este se retire devido a problemas de saúde.

"Basta! O Sr. Biden pode não ser o candidato ideal, mas será o candidato e deve ser o candidato", escreveu o senador independente Sanders numa coluna do New York Times, acrescentando que "está na altura de os democratas pararem com as quezílias e as picuinhices".

Bernie Sanders discorda drasticamente de algumas das políticas de Biden, nomeadamente no que diz respeito à tomada de posição sobre a guerra em Gaza, mas tendo em conta as conquistas de Biden - e o historial de Trump, "que tem 34 condenações por crimes e contou milhares de mentiras documentadas" - o senador pôs de lado as falhas de Biden.

"Sim, eu sei", escreveu. "O Sr. Biden é velho, é propenso a gafes, caminha rigidamente e teve um debate desastroso com o Sr. Trump. Mas isto eu também sei: uma eleição presidencial não é um concurso de entretenimento. Não começa nem termina com um debate de 90 minutos".

A maioria das sondagens efectuadas desde o debate mostram Trump com uma vantagem nacional sobre Biden, embora dentro da margem de erro. Mostram também que alguns estados-chave do campo de batalha, incluindo a Geórgia, o Arizona e o Nevada, estão a mudar a favor do republicano.

E a maioria dos americanos - incluindo os democratas - acredita que Biden é demasiado velho para voltar a servir, de acordo com uma sondagem recente.

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Eleitores norte-americanos não concordam com a permanência de Biden na corrida

c/ reuters e AFP