“Não sou fugitiva”, diz Isabel dos Santos que classifica de "julgamento político" o processo contra ela em Angola

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    AFP

Isabel dos Santos, empresária angolana, Londres, Reino Unidos (Foto de Arquivo)

Empresária responde ao Procurador-Geral da República que emitiu um mandado de captura dela há um ano

A empresária angolana Isabel dos Santos classificou de "julgamento político” o caso que a justiça angolana moveu contra ela e disse não ser "fugitiva da justiça" que, segundo ela, a impede de se defender

“Este é claramente um julgamento político”, lê-se num comunicado de Santos a que a AFP teve acesso nesta sexta-feira, 1 de novembro, depois de o Procurador-Geral da República de Angola ter dito que seria importante que ela se coloque à disposição da justiça para que a investigação possa prosseguir.

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Hélder Pitta Gróz afirmou na quarta-feira, 30 de outubro, em Lisboa, Portugal, que aguarda pelas autoridades dos Emirados Árabes Unidos que já deviam ter entregue Isabel dos Santos à justiça angolana.

“Não sou fugitiva”, respondeu a empresária, acrescentando que “as declarações do Ministério Público confirmam que não se encontra em local desconhecido”.

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A filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos lamentou não poder defender-se e “provar a sua inocência” devido ao "segredo de justiça” que a impede de ter acesso ao arquivo.

"Estou e sempre estive disponível”, para responder à justiça, concluiu Isabel dos Santos.

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Nas declarações à imprensa em Lisboa, Pitta Gróz afirmou ser "importante que ela se coloque à disposição da justiça para que a investigação possa prosseguir até à sua conclusão, seja por detenção ou apresentando-se por sua própria vontade”.

O PGR argumenou que "esta é a melhor forma dela provar que se trata de um julgamento político e não de atos ilegais” e lembrou que foi emitido contra Santos um mandado de detenção às autoridades do Dubai “há mais de um ano”.

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Isabel dos Santos, que chegou a ser considerada pela revista Forbs a mulher mais rica de África durante o consulado do pai, está fora de Angola há muitos anos.

A PGR a acusou de 12 crimes num processo que envolve a sua gestão à frente da petrolífera estatal Sonangol entre 2016 e 2017.

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Numa investigação realizada há cerca de dois anos, o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou em 2020 mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, entretanto falecido, que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.