Em Moçambique, analistas dizem que o discurso proferido em Marracuene, sul do país, pelo presidente Filipe Nyusi de que não gostaria de se ajoelhar a um outro moçambicano para pedir a paz não representa uma exacerbação da tensão política nem significa que ele já não quer avançar na busca de uma solução para o conflito.
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O Presidente da República está a visitar a província de Maputo e, num comício público em Marracuene, a cerca de 50 quilómetros da capital moçambicana, disse que não gostaria de se ajoelhar a um outro moçambicano, numa alusão ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para pedir paz.
Analistas ouvidos pela VOA disseram que se isso representar um exacerbar da tensão política no país, o mesmo é um cenário passageiro porque Filipe Nyussi está comprometido com a paz.
Contudo, há quem afirme que os discursos que o Presidente Nyussi tem feito nesta visita são bastante críticos e podem representar um retrocesso nos esforços para a pacificação do país, tendo em conta as expectativas lançadas a partir do seu primeiro encontro com Afonso Dhlakama.
Os críticos dizem ainda que os discursos que o estadista moçambicano tem vindo a proferir podem indicar que ele não está a ter coragem suficiente para avançar um pouco mais na busca da paz, mas há quem considere que uma vez ultrapassada a questão dos dois centros de poder, ele vai faze-lo de forma mais arrojada.
Refira-se que o líder da Renamo Afonso Dhlakama ameaça tomar o poder pela força, caso a Assembleia da República não aprove o projecto de lei do seu movimento sobre a criação de autarquias provinciais.