Analistas consideram a participação de Filipe Nyusi na cimeira Russia-África uma tentativa de Moçambique, fortemente dependente da ajuda externa, manter o jogo de interesse que tem com todos parceiros de cooperação, mas não acreditam em resultados, porque estes encontros têm sido apenas protocolares.
Ao nível dos países africanos de língua oficial portuguesa, os presidentes de Moçambique e Guiné-Bissau são os únicos chefes de Estado que participarão na cimeira desta semana em São Petersburgo.
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O analista político João Mosca diz que a participação do estadista moçambicano neste cimeira se enquadra na diplomacia de Moçambique de tentar beneficiar de apoios de países e organizações internacionais, e neste caso não quererá colocar de lado futuras e actuais cooperações com a Rússia, sendo evidente o seu posicionamento neutral relativamente ao conflito russo-ucraniano.
Veja Também Cimeira Rússia-África: PM de Cabo Verde justifica ausência com coerênciaO também analista político Tomás Vieira Mário diz não haver uma razão específica para Moçambique participar neste encontro, porque estas cimeiras já estão mais ou menos convencionadas há bastante tempo e fazem mais a agenda de quem as convoca e não dos africanos que são convocados.
Mário referiu que estas cimeiras "já foram criticadas porque não são eventos em que se produza qualquer acordo substantivo ou que possam trazer alguma diferença positiva aos países africanos".
Por seu turno, o analista político Moisés Mabunda diz que a participação de Moçambique é oportuna, "porque o país pode aprender, pode ver o que fizeram ou o que estão a fazer os outros países e tirar lições, tomar notas para o seu próprio desenvolvimento."