O presidente moçambicano diz que orientou as autoridades para averiguarem e clarificar o que levou a polícia a reagir com violência para impedir uma marcha em homenagem ao cantor de rap Azagaia.
Na marcha de sábado, 18, centenas de jovens, foram brutalmente repelidos pela polícia, com recurso a balas de borracha e gás lacrimogénio, nas ruas da cidade de Maputo.
Consta que, pelo menos, 19 foram assistidos no Hospital Central de Maputo. Um dos jovens, Inocêncio Manhique, perdeu a vista, após ter sido atingido por uma bala de borracha. Outros foram detidos.
Além de averiguar “as razões que levaram a polícia da República de Moçambique a adoptar uma postura de confronto físico com os jovens”, Nyusi diz que deverão ser identificados “aqueles que procuram se aproveitar da virtude individual do jovem rapper Azagaia para atingir os seus intentos”.
Falando na Academia de Ciências Policiais, em Maputo, Nyusi fez a promessa de “devidas medidas para clarificar o sucedido e para prevenir que estas situações voltem a acontecer”.
As promessas de Nyusi surgem após as autoridades policiais terem, na terça-feira, 21, justificado a acção dos seus homens com a necessidade de manter a ordem.
O vice-comandante geral da polícia, Fernando Tsucana, disse que se notava entre os marchavam “desobediência às autoridades (...) proferindo-se injúrias e arremessando-se objectos contundentes, confrontação física e, em alguns casos, tentativa de apossamento de armas de fogo”.
Para Tsucana, a Polícia ”teve de recorrer ao uso de armas de dispersão de massas, armas não letais, em estreita observância ao princípio de proporcionalidade da força e equidade de meios".