Muhammadu Buhari, o presidente eleito da Nigéria, toma posse nesta sexta-feira, 29, em cerimónia que se espera cheia de pompa e longa. Mas logo que terminar, Buhari iniciará o grande exercício de governar o país mais populoso de África.
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Buhari toma posse na ressaca da crise de combustível que paralisou a economia durante dias.
Apesar de ser o maior produtor africano de petróleo, a Nigéria não tem capacidade para refinar e importa os derivados. O Governo subsidia o preço, mas por causa de uma dívida com os empresários da área, o país ficou privado de combustível.
Enquanto isso, mais de um milhão de pessoas fugiram do nordeste do país para evitar cair nas teias do Boko Haram, que continua a atormentar a região.
Essas questões fazem parte das prioridades que Buhari enumerou após ganhar as eleições em Março: Combater a corrupção, a insegurança e o desemprego.
O ex-governante militar tem os seus detractores, mas muitos nigerianos acreditam que nos próximos quatro anos serão vistas melhorias na maior economia africana.
“A corrupção corroeu e acho que isso vai estagnar o país. Ele deverá chamar algumas pessoas do Governo cessante para responderem ou devolver o nosso dinheiro que roubaram", diz Yakubu.
Faith Fatima, também de Kaduna, apenas deseja ter um Executivo honesto, responsável, “que saiba que a Nigéria é suficientemente rica para satisfazer a sua população e faça questão de respeitar as leis. "
Quanto à corrupção, Fatima não sabe se Buhari será capaz de resolver a partir do seu gabinete em Abuja. “Lidar com a corrupção é uma responsabilidade colectiva, porque somos todos responsáveis pelo estado em que se encontra o nosso país,” diz Fatima.
Em teoria, Buhari tem muitos instrumentos para concretizar a sua agenda. O seu partido controla o parlamento e a maioria dos Estados. Mas o poder político está nas mãos de particulares e Buhari deverá lutar com eles para concretizar as promessas.