Os conflictos e abusos de poder numa país não identificado que pode no entanto ser Angola são os temas do novo livro do escritor angolano António Quino, “Republica do Vírus”.
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O enredo da obra literária República do Vírus foi tema de debate no evento cultural “Maka à Quarta-feira”, realizado na União dos Escritores Angolanos (UEA), no passado 20 de Setembro.
Entre o imaginário e o real, Quino narra a República do Vírus como uma sátira. Segundo o autor, a obra que traz uma visão futurista começou a ser escrita sob forma de espairecer os vários problemas acorridos no dia-a-dia da sociedade angolana.
“Eu estava consciente que quem lesse este livro identificaria Angola. Como não queria associá-lo totalmente ao país, tive de levar o enredo a outros níveis”, revelou o escritor.
Encarnando o espírito habitual da Maka, termo kimbundu que significa problema, o escritor apoiou-se à crítica literária argumentado que o livro em debate não tem que ver com o género romance, mas sim novela.
“A República do Vírus situa-se na contramão, desmarcando-se das convenções normativas, por colocar em crise o pensamento crítico que numa espécie de teoria existencialista, ao reverso advoga a essência como antecessora da existência”, afirmou.
António Quino nasceu em Luanda, em Agosto de 1971.
Licenciado em Ciências da Educação e mestre em Ensino de Literatura em Língua Portuguesa. É jornalista desde 1990.
É autor das obras Duas faces da Esperança: Agostinho Neto e António Nobre num estudo comparado, 2014, e Conversas de Homens no Conto Angolano, 2010, editada em Portugal com o título Baladas de Homens Que Sonham, 2011, traduzida em italiano, espanhol e hebraico.
Actualmente é director provincial da Educação, Ciências e Tecnologia do Bengo.